A primeira partida do São Paulo após a eliminação da Libertadores, diante da LDU de Quito, registrou o pior público do MorumBis neste ano e desde 2019. A derrota para o Ceará, por 1 a 0, amplia a sequência negativa de Hernán Crespo, depois de um período de “lua de mel” com a torcida após a saída de Luis Zubeldía e faz o clube passar por sua primeira turbulência desde a chegada do técnico argentino.
Pouco mais de 12 mil torcedores (12.342) acompanharam a partida nessa segunda-feira, em uma noite fria na capital paulista. Neste ano, a pior marca havia em junho, em derrota por 3 a 1 diante do Vasco, com cerca de 20 mil presentes no estádio. Aquela partida também marcou a queda de Zubeldía, que foi substituído por Crespo durante a pausa para o Mundial de Clubes.
Foi também contra o Vasco que o São Paulo havia registrado seu pior público em 2019. Naquela ocasião, apenas 11.970 torcedores acompanharam a vitória pelo Campeonato Brasileiro por 1 a 0, com gol de Antony. Fernando Diniz, que hoje comanda justamente a equipe carioca, havia recém assumido o trabalho no time tricolor, depois de pedidos de parte do elenco por seu nome, como foi o caso de Daniel Alves.
Agora, Crespo encara a primeira insatisfação da torcida desde que retornou ao comando da equipe. Quando iniciou o trabalho, chegou a somar cinco vitórias seguidas e oito jogos de invencibilidade no Brasileirão. Agora, depois de eliminação na Copa do Brasil e Libertadores, vive o cenário inverso: quatro derrotas consecutivas e apenas um gol marcado nos últimos seis jogos – na vitória sobre o Botafogo por 1 a 0.
Esses resultados em campo fazem com que a torcida se revolte fora dele. Além do baixo público no MorumBis, faixas e cartazes, que pediam pela saída de Julio Casares da presidência do São Paulo, puderam ser vistos no estádio e fora dele. A pressão aumentou principalmente após a derrota para a LDU, na última semana, que ampliou a série negativa da equipe jogando em casa pela Libertadores.
“É o momento que não dá certo. É um momento crítico em relação a emoções e sentimentos após a eliminação, nunca é fácil. Chutamos, criamos com dificuldades, mas a derrota foi merecida. Chutamos duas vezes na trave, eles encontraram o gol com um rebote, tentamos de todos os lados, mudamos a forma de jogar, a escalação. Antes tudo dava certo, mas agora temos que nos dedicar ainda mais”, afirmou Crespo, após a derrota.
A vantagem obtida por Crespo no início do seu trabalho permite, no entanto, que o São Paulo se permita ter objetivos maiores no Brasileirão. Na sétima posição, a equipe está a apenas cinco pontos de Bahia e Botafogo, primeiros clubes no G-6 – que dará vaga à Libertadores da próxima temporada.
Para isso, Crespo também terá de superar problemas com o elenco. Contra o Ceará, Rafael Tolói deixou o campo ainda no primeiro tempo, com um desconforto na coxa. Já Oscar, que era esperado no banco de reservas da decisão com a LDU na última semana, continua sendo preservado pelo argentino depois de permanecer dois meses e meio sem treinar ou entrar em campo.
Na próxima partida, o São Paulo viaja à capital cearense para encarar o Fortaleza, na Arena Castelão. Maior rival do Ceará, a equipe, que recentemente demitiu o técnico Renato Paiva, ocupa a 19ª posição no Brasileirão, com apenas 21 pontos somados em 24 partidas. As equipes se enfrentam nesta quinta-feira, 2, a partir das 19h30 (de Brasília).
Por: Estadão Conteúdo