7 em 10 no ensino médio usam IA, mas só 1/3 foi orientado

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Sete em cada dez estudantes do ensino médio usuários de internet já utilizam ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa – ChatGPT, Copilot e Gemini – para pesquisas escolares, mostra o novo estudo TIC Educação 2024, feito com mais de 7,4 mil alunos de escolas públicas e privadas de todo o País. Apesar do uso amplo da tecnologia, apenas um terço deles recebeu orientação nas escolas sobre como usar essas ferramentas.

Quando considerados estudantes do ensino fundamental, essa proporção reduz bastante, sugerindo que o uso da IA aumenta com a idade, assim como todas as demais ferramentas digitais. Entre alunos dos anos iniciais do fundamental (1.º ao 5.º ano), apenas 15% usam os chats para pesquisas escolares; nos anos finais (6º ao 9º ano), são 39%. No total dos alunos entrevistados, a média é de 37%.

A pesquisa revelou também que os estudantes usam vídeos publicados em redes sociais como fonte de informação. Pela primeira vez, esses canais e aplicativos – como TikTok e YouTube – são tão relevantes quanto navegadores de busca tradicionais, como o Google, para os alunos na realização de pesquisas escolares.

Isolando os estudantes do ensino médio, quase 9 em cada 10 deles assistem a esses vídeos para pesquisas escolares. É a mesma proporção dos que usam sites de busca. Já ao ampliar para todos os anos escolares, a proporção fica próxima dos 70%. As redes sociais, como Instagram, por sua vez, são usadas por quase metade (46%) dos estudantes de todos os níveis escolares na hora de buscar informações para os trabalhos. Livros digitais, site ou plataforma da escola e do governo são usados por 54%, 39% e 30% do total, respectivamente.

Com relação à orientação recebida pelos alunos nas escolas, metade (51%) conta que foi informada sobre quais sites devem ser usados nas pesquisas escolares e 47% dizem que foram ensinados como verificar se uma informação ou notícia da internet é verdadeira. No entanto, apenas um em cada cinco (19%) dos alunos do fundamental e do médio foi orientado especificamente sobre como usar IA em atividades da escola. Daniela Costa, coordenadora da pesquisa, destaca que o uso dessas ferramentas pelos alunos carece de mediação por parte de profissionais de educação. “É importante que os estudantes tenham acesso a essas tecnologias, mas de uma forma segura, crítica, criativa”, avalia.

O QUE FAZER? Especialistas em educação dizem que o ministério e as secretarias de Educação precisam elaborar diretrizes de governança que indiquem qual o melhor uso da IA. “Na minha visão, a IA afeta diretamente dois objetivos centrais da educação: desenvolver o pensamento crítico e a criatividade dos alunos”, diz Dora Kaufman, da PUC-SP.



Por: Estadão Conteúdo

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