Neste mês, a campanha “Setembro Flor”, organizada pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos, reforça a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento dos tumores que afetam o sistema reprodutivo feminino — como colo do útero, ovários, endométrio (útero), vulva e vagina. Esses tipos de cânceres atingem milhares de mulheres todos os anos no Brasil.
Para se ter uma dimensão do problema, dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que, em 2021, a taxa de mortalidade por câncer do colo do útero foi de 4,51 óbitos a cada 100 mil mulheres. Conhecido também como câncer cervical, ele é o oitavo mais comum no mundo e o quarto entre as mulheres, segundo o World Cancer Research Fund.
Para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce dessas doenças, a Dra. Luísa Chebabo, infectologista dos laboratórios Sérgio Franco e Bronstein, e Martha Calvente, ginecologista da CDPI (clínica especializada em medicina diagnóstica por imagem), destacam 5 cuidados essenciais com a saúde feminina. Confira!
1. Vacina do HPV previne câncer ginecológico
De acordo com a Dra. Luísa Chebabo, a imunização contra o Papilomavírus Humano (HPV) é uma ferramenta fundamental na prevenção de diversos tumores ginecológicos, sobretudo o do colo do útero. “A vacina nonavalente protege a mulher dos principais tipos de HPV que causam aproximadamente 90% dos casos de câncer cervical e outras neoplasias associadas ao vírus, como de vulva e de vagina. Ela é uma excelente aliada na redução do risco de doenças”, destaca.
A vacinação é especialmente recomendada entre 9 e 12 anos, mas mulheres até os 45 anos que ainda não foram vacinadas também podem se beneficiar dessa proteção. A especialista ressalta que a imunização deve ser combinada com exames regulares para garantir a prevenção completa.
2. Exames simples de check-up ginecológico são fundamentais
Os exames de rotina são aliados fundamentais na prevenção e no cuidado com a saúde da mulher. “Eles detectam doenças nos estágios iniciais. Procedimentos como o papanicolau ou citologia cervical ajudam a identificar lesões pré-cancerígenas no colo do útero, enquanto exames complementares, como ultrassonografias, permitem uma visão ampla da saúde reprodutiva feminina”, reforça Martha Calvente.
Mulheres com menos de 40 anos devem incluir em sua rotina de prevenção o ultrassom das mamas e a mamografia. Além disso, quem está na pós-menopausa deve ficar atenta a sangramento uterino, dor abdominal ou inchaço, que podem ser sinais de alerta para câncer de endométrio ou ovário.
3. Exames de imagem são aliados na detecção precoce de doenças
Os avanços da medicina diagnóstica trouxeram tecnologias de ponta, como a ressonância magnética e ultrassonografias de alta definição, que auxiliam na detecção precoce de alterações ginecológicas. De acordo com Martha Calvente, esses exames são essenciais para identificar tumores ou alterações nas fases iniciais, aumentando significativamente as chances de tratamento bem-sucedido.
O acompanhamento é particularmente importante para mulheres que possuem histórico familiar de cânceres ginecológicos ou estão em grupos de risco elevado, como com mutação comprovada dos genes BRCA1/BRCA2 ou outras síndromes genéticas predisponentes (como Li-Fraumeni e Cowden).

4. Seu estilo de vida também define a prevenção contra o câncer
Mudar hábitos pode ser decisivo para reduzir o risco de uma série de doenças ginecológicas. Martha Calvente explica que o tabagismo está relacionado com o câncer do colo do útero, especialmente em mulheres infectadas pelo HPV. Já a obesidade é um fator de risco para o câncer de endométrio, enquanto o excesso de gordura favorece o aumento da produção de estrogênio. Por isso, adotar uma alimentação balanceada, praticar exercícios físicos e ficar de olho no peso corporal são atitudes preventivas importantes.
5. Conhecer seu corpo pode te salvar
Os cânceres ginecológicos ainda não recebem a atenção que deveriam, especialmente se comparados com outros tipos de tumor. A ginecologista reforça que reduzir o estigma e conscientizar as mulheres da importância de observar sintomas e sinais de alerta pode salvar vidas.
“Sangramento fora do período menstrual, dor abdominal persistente ou alterações nos hábitos intestinais e urinários não devem ser ignorados. Procurar um médico ao notar essas alterações é essencial para o diagnóstico precoce e melhor prognóstico de doenças. Os cânceres ginecológicos podem ser prevenidos e tratados com boas práticas de cuidado. A vacinação contra o HPV, os check-ups periódicos com exames sangue e de imagem, como o ultrassom de mama, mamografia e a ressonância magnética, quando clinicamente indicados, são ferramentas importantes para proteger a saúde da mulher”, finaliza Martha Calvente.
Por Rachel Lopes
Fonte: Portal EdiCase