A seleção brasileira foi derrotada nesta terça-feira por 1 a 0 pela Bolívia na 18ª e última rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. Em El Alto, o Brasil realizou um jogo apático e fez uma despedida melancólica da competição. Miguelito, jogador do Santos, emprestado ao América-MG, fez o único gol do duelo e classificou sua seleção para a repescagem intercontinental.
Um jogo em uma altitude de 4.070 metros impede que haja parâmetro claro de comparação entre a partida desta terça e exibições anteriores da seleção brasileira. Mas é fato que o Brasil teve uma atuação limitada e nada empolgante. A chegada de Ancelotti ainda não foi capaz de reverter o cenário dentro de campo. A equipe vai melhor na defesa do que no ataque. O que preocupa é o tempo escasso para alterações sensíveis até o Mundial.
A seleção teve seu pior desempenho desde que as Eliminatórias passaram para o atual formato de pontos corridos (adotado em 1998 e com participação brasileira a partir de 2002). O Brasil termina na modesta quinta colocação, que em outras edições, levaria o País para a repescagem. A equipe, que teve três treinadores na competição (Fernando Diniz, Dorival Júnior e Carlo Ancelotti), somou apenas 28 pontos.
Encerradas as Eliminatórias, a seleção brasileira voltará a se reunir em outubro. No dia 10, às 8h (de Brasília), enfrenta a Coreia do Sul, em Seul. Quatro dias depois, visita o Japão, em Tóquio, às 7h30. O Brasil ainda deve fazer mais seis amistosos até a Copa (dois em novembro, dois em março de 2026 e outros dois em junho de 2026).
A seleção brasileira começou se lançando ao ataque, mas logo o ritmo do jogo mudou. A Bolívia se fez mais presente no setor ofensivo e arriscou finalizações de média e longa distância.
A defesa do Brasil mostrou consistência e conseguiu agir na maioria das ações ofensivas bolivianas, dificultando as finalizações. Faltou critério nas tomadas de decisão dos atacantes brasileiros. Houve oportunidades para concluir a gol que foram desperdiçadas.
Nas arquibancadas de El Alto houve mais emoção do que em campo. A cada gol que saía em Maturín, no jogo entre Venezuela e Colômbia, os torcedores reagiam e tentavam incentivar os atletas bolivianos.
No acréscimo do primeiro tempo, finalmente a partida ganhou seu primeiro momento de tensão. Quando Venezuela e Colômbia empatavam por 2 a 2, o VAR recomendou, em El Alto, a revisão de um pênalti para a Bolívia. Bruno Guimarães teria pisado levemente a ponta do pé de Roberto Fernández. O árbitro chileno marcou a penalidade. Miguelito cobrou, acertou o canto direito de Alisson e colocou a Bolívia em vantagem, aos 48 minutos do 1º tempo.
Ancelotti não gostou da marcação do pênalti e, após o apito de encerramento da etapa inaugural, foi cobrar a arbitragem.
O Brasil voltou para o segundo tempo em câmera lenta. Quando chegava ao ataque, não conseguia impor velocidade e via as jogadas serem sequencialmente interceptadas.
Os bolivianos diminuíram o nervosismo a cada notícia de gols da Colômbia contra a Venezuela. O Brasil tampouco demonstrava ímpeto de buscar o empate. Alisson praticou algumas boas defesas que evitaram uma derrota mais elástica dos donos da casa.
Morno, o segundo tempo serviu apenas para confirmar a vitória boliviana. O resultado pôs fim a um jejum de 16 anos sem triunfos da Bolívia sobre o Brasil.
FICHA TÉCNICA
BOLÍVIA x BRASIL
BOLÍVIA – Lampe; Diego Medina (Rocha), Hanquín, Morales e Roberto Fernández; Villamil, Robson Matheus e Vaca (Cuéllar); Miguelito, Enzo Monteiro (Algarañaz) e Moisés Paniagua. Técnico: Óscar Villegas.
BRASIL – Alisson; Vitinho (Marquinhos), Fabrício Bruno, Alexsandro e Caio Henrique; Andrey Santos (Jean Lucas), Bruno Guimarães e Lucas Paquetá; Luiz Henrique (Raphinha), Richarlison (João Pedro) e Samuel Lino (Estêvão). Técnico: Carlo Ancelotti.
GOL – Miguelito, aos 48 minutos do primeiro tempo.
ÁRBITRO – Cristian Garay (Chile).
CARTÕES AMARELOS – Fabrício Bruno e Bruno Guimarães (Brasil).
PÚBLICO E RENDA – Não disponíveis.
LOCAL – Estádio Municipal de El Alto, na Bolívia.
Por: Estadão Conteúdo