O Banco do Brasil lançou nesta segunda-feira a 10ª edição da Agenda 30 BB, documento que traz os compromissos de longo prazo e o plano de sustentabilidade do banco. Foram estabelecidos dez compromissos e 19 metas a serem alcançadas.
Os compromissos assumidos pelo BB estão concentrados em três grandes áreas: finanças sustentáveis, governança social, ambiental e climática, e impactos positivos na cadeia de valor.
“Mais que um plano, ela é uma visão de futuro. Uma agenda transversal, que envolve todas as áreas do banco. Do atendimento nas agências à alta gestão estratégica. Porque sustentabilidade não é responsabilidade de uma área. É responsabilidade de todos nós”, disse a presidente do BB, Tarciana Medeiros, no evento de lançamento.
As ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, também participam do evento.
Na primeira área, o banco aumentou o compromisso de desembolsos em eficiência estadual e municipal, de R$ 40 bilhões para R$ 100 bilhões. Também elevou o compromisso de aplicação em fundos de investimentos sustentáveis, de R$ 22 bilhões para R$ 30 bilhões.
Na linha de governança, o BB aumentou o compromisso com a presença de mulheres em cargos de liderança, de 30% para 50%. Da mesma forma, o compromisso com pessoas pretas, pardas, indígenas e de “outras etnias sub-representadas” em cargos de liderança cresceu de 30% para 50%.
Hoje, segundo Tarciana, o banco já tem 30% de pessoas negras e de outras etnias sub-representadas em cargos de liderança. As mulheres em cargos de liderança são 29%.
Em termos de impacto positivo na cadeia de valor, o BB firmou o compromisso de apoiar 1,4 milhão de empresas lideradas por mulheres. O BB ainda aumentou o compromisso de conservar ou reflorestar áreas, de 1 milhão para 2 milhões de hectares.
Compromissos que já constavam da agenda anterior, nas três áreas, foram mantidos.
Segundo o banco, a lista está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) e com o Acordo de Paris. Tem também conexões diretas com temas prioritários da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que acontece em novembro, em Belém (PA).
Veja abaixo todos os compromissos de longo prazo com a sustentabilidade:
1. Finanças Sustentáveis
– R$ 500 bilhões em saldo da Carteira de Crédito Sustentável;
– R$ 200 bilhões em agricultura sustentável;
– R$ 30 bilhões em energia renovável;
– R$ 5 bilhões em bioeconomia (novo compromisso);
– R$ 100 bilhões em recursos sustentáveis captados;
– R$ 30 bilhões em fundos de investimentos sustentáveis (compromisso elevado ante R$ 22 bilhões);
– R$ 100 bilhões desembolsados em eficiência estadual e municipal (compromisso anterior, de R$ 40 bilhões, atingido).
2. Governança Social, Ambiental e Climática
– 100% de compensação das emissões de GEE escopo 1;
– 100% de energia renovável utilizada desde 2023;
– 42% de redução das emissões diretas (escopo 1) até 2030;
– 42% de redução da intensidade da carteira de empréstimos corporativos até 2040 (novo compromisso);
– 50% de mulheres em cargos de liderança (compromisso elevado ante 30% anteriormente);
– 50% de pessoas pretas, pardas, indígenas e outras etnias sub-representadas em cargos de liderança (compromisso elevado ante 30% anteriormente).
3. Impactos Positivos na Cadeia de Valor
– 1,4 milhão de empresas lideradas por mulheres apoiadas (novo compromisso);
– 7,5 milhões de jovens das gerações Alfa e Z com cidadania financeira ampliada (novo compromisso);
– 1 milhão de pessoas impactadas por ações de bioeconomia (novo compromisso);
– 2 milhões de hectares conservados ou reflorestados (compromisso elevado, ante 1 milhão anteriormente);
– 1,5 milhão de hectares de áreas degradadas recuperadas (novo compromisso);
– R$ 1 bilhão investidos em educação, meio ambiente, inclusão e tecnologias sociais pela Fundação BB.
Marina Silva defende ‘acordo de Basileia IV’ para finanças sustentáveis
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu nesta segunda-feira que seja feito um novo acordo de Basileia, voltado para as finanças sustentáveis. A ideia seria que fosse possível usar a natureza como lastro para os investimentos, ela explicou durante o mesmo evento.
“Eu tenho um sonho de que a gente faça um acordo de Basileia IV. A gente já teve I, a gente já teve o II, a gente já teve na crise de 2008 o acordo de Basileia III. O acordo IV é para que natureza seja considerada também um lastro para os investimento”, disse a ministra. “Nós já gastamos muita natureza para transformar em dinheiro. Vamos transformar um pouco desse dinheiro em restauração.”
No seu discurso, Marina ainda defendeu que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (COP 30), que acontecerá em novembro em Belém (PA), terá o desafio de fazer a implementação dos acordos já conquistados na área climática. As instituições financeiras podem ajudar a lastrear esse processo, ela disse.
Por: Estadão Conteúdo