A bicicleta vai muito além de um simples meio de transporte. Presente no cotidiano urbano e também no lazer, ela representa uma alternativa sustentável de locomoção. Além disso, a prática do ciclismo traz benefícios diretos para a saúde física e mental. Pedalar fortalece o coração, melhora o condicionamento e contribui para a redução do estresse, especialmente quando associado ao contato com a natureza.
Praticado ao ar livre, o ciclismo oferece benefícios adicionais, como o contato com a natureza e a exposição à luz solar. Não à toa, a modalidade tem uma data especial no calendário: 19 de agosto, Dia Nacional do Ciclista, que celebra a bicicleta como meio de transporte, esporte e lazer.
Benefícios de andar de bicicleta
Para celebrar o Dia Nacional do Ciclista, o coordenador da cardiologia do Vera Cruz Hospital, em Campinas–SP, Hugo Pazianotto, lista 5 grandes benefícios da prática:
- Melhora da saúde cardiovascular: favorece o controle da pressão arterial, reduz o colesterol ruim (LDL), aumenta o bom (HDL) e diminui o risco de infartos e AVCs;
- Ganho de capacidade física: aumenta a resistência e a força, especialmente nas pernas e glúteos;
- Controle do peso: pode queimar de 400 a 1.000 calorias por hora, ajudando no emagrecimento e na melhora da composição corporal;
- Fortalecimento muscular com baixo impacto: protege as articulações, sendo ideal para quem tem sobrepeso ou dores nos joelhos, tornozelos e quadris;
- Prevenção de doenças crônicas: reduz o risco de hipertensão, diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer (como o de cólon e mama) e até síndromes demenciais.

Recomendações para a prática do ciclismo
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a recomendação para adultos é de 150 minutos de atividade aeróbica moderada por semana. “O mais importante é a constância. É melhor pedalar três vezes por semana, de forma regular, do que todos os dias por um curto período e depois parar”, ressalta o cardiologista.
O especialista também destaca que o ciclismo se diferencia de modalidades como a corrida e a caminhada por ser mais gentil com as articulações e permitir manter intensidades mais altas por mais tempo. “O core (abdômen e lombar) também é ativado para estabilizar o corpo. Mas, por não trabalhar todos os grandes grupos musculares, o ideal é associar a musculação e o alongamento para um treino mais completo”, orienta.
Como praticar ciclismo com segurança
Mas qual é a frequência ideal para alcançar bons resultados? Para iniciantes ou pessoas sedentárias, Hugo Pazianotto recomenda, antes de tudo, passar por avaliação médica, consultar um cardiologista e, se necessário, realizar um teste de esforço. O especialista ressalta que o início deve ser gradual, respeitando os limites do corpo e permitindo que a adaptação ocorra de forma segura.
“Comece com 20 a 30 minutos em terreno plano, aumentando a intensidade aos poucos. Lembre-se de ajustar a bicicleta. Selim e guidão regulados corretamente evitam dores e melhoram o desempenho. Lembre-se de utilizar equipamentos de segurança. Capacete é indispensável, assim como luvas, roupas claras e luzes de sinalização”, detalha o médico.
Pessoas com problemas cardíacos também podem se beneficiar do ciclismo, modalidade frequentemente incluída em programas de reabilitação cardíaca. No entanto, é fundamental contar com liberação médica e acompanhamento constante. “Para esses pacientes, o uso de um monitor cardíaco é essencial para garantir que o treino esteja dentro da zona segura”, reforça o cardiologista Hugo Pazianotto.
Por Aline Telles
Fonte: Portal EdiCase