Duas academias e uma pizzaria situadas na Região Metropolitana de São Paulo foram flagradas furtando água da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Os flagrantes foram feitos durante operação de fiscalização realizada pela concessionária, em julho e agosto. A operação é chamada Gato Molhado. Como os nomes dos estabelecimentos não foram revelados pela Sabesp, a reportagem não conseguiu contato com as defesas dos acusados.
O primeiro flagrante ocorreu em uma academia situada em Suzano. Durante fiscalização realizada em 3 de julho, a Sabesp identificou uma ligação clandestina. O prejuízo estimado pela concessionária é de R$ 130 mil. A Sabesp registrou boletim de ocorrência na delegacia.
Na manhã de 4 de agosto, duas irregularidades foram constatadas em uma unidade da mesma rede de academias. A equipe de fiscalização encontrou o hidrômetro adulterado e uma ligação direta, que desviava a água do medidor. Cada uma dessas fraudes gerou prejuízo estimado pela Sabesp em R$ 127 mil, calculado com base no consumo que deveria ter sido medido em um estabelecimento do mesmo porte.
No mesmo endereço, uma pizzaria, localizada no térreo, foi constatada manipulação do hidrômetro, com prejuízo estimado em R$ 106,5 mil. Esses dois casos foram registrados no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil.
Os valores dos desvios serão cobrados dos fraudadores. Todas as irregularidades foram sanadas e o fornecimento foi regularizado.
“A academia em questão foi reincidente, sendo que em dois endereços diferentes cometeu irregularidades. A Sabesp atua com rigor para garantir o uso legal e responsável dos recursos hídricos, protegendo o sistema de abastecimento e os direitos da população”, afirmou o coordenador de perdas comerciais, Gabriel Seibarauskas.
Esta é a segunda vez que a Operação Gato Molhado flagra furtos de água em academias. Em 25 de março, a Sabesp vistoriou estabelecimentos na região da Vila Nova Conceição, em São Paulo, e identificou uma academia de ginástica com ligação clandestina na rede de água.
O local não possuía conexão regular com o sistema de abastecimento e consumia água sem medição, gerando um prejuízo estimado em mais de R$ 250 mil. O caso também foi registrado no Deic.
O diretor de Combate a Fraudes da Sabesp, Luiz Renato Fraga, afirmou que a empresa tem investido em tecnologia e procedimentos otimizados para detectar essas irregularidades, além de contratar e designar mais profissionais para lidar com casos de grande impacto nas cidades atendidas.
“Um consumo de água fora do padrão, por exemplo, já dispara um alerta, levando à verificação da situação em campo quando as inconsistências são encontradas. As fraudes confirmadas são registradas, a polícia pode ser acionada e o responsável pode ser conduzido à delegacia.”
Furto de água pode levar à prisão
O furto de água é crime e está descrito no artigo 155 do Código Penal. Dependendo dos meios utilizados para a prática, pode ser classificado como furto qualificado e levar à prisão por até oito anos, além da possibilidade de corte da água e pagamento de multa para a empresa.
O furto de água também prejudica o abastecimento de água da região onde o desvio acontece.
As denúncias podem ser feitas pelos canais de atendimento da Sabesp: Central de Atendimento pelo telefone 0800 055 0195 (ligação gratuita), WhatsApp 11 3388-8000 e Agência Virtual, no site https://agenciavirtual.sabesp.com.br/.
Por: Estadão Conteúdo