4 fatores que podem causar taquicardia após as refeições

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Sentir o coração acelerar logo após uma refeição pode parecer estranho, mas acontece. Conforme a cardiologista Dra. Lívia Sant’Ana, com atuação nas áreas de nutrologia e medicina integrativa, esse sintoma pode estar diretamente ligado ao tipo de alimentação e à forma como o corpo reage a determinados estímulos.

“A aceleração dos batimentos cardíacos após comer, também chamada de taquicardia pós-prandial, pode ter várias causas. Em muitos casos, está relacionada a picos de glicose, resposta ao estresse digestivo ou até consumo de substâncias estimulantes como a cafeína”, explica.

Abaixo, confira 4 fatores que podem causar taquicardia após as refeições!

1. Carboidratos simples

Segundo a Dra. Lívia Sant’Ana, o excesso de carboidratos simples, como açúcar, pão branco, massas e doces, é um dos principais gatilhos para a taquicardia após as refeições. “Quando comemos uma refeição rica em carboidratos de rápida absorção, o corpo libera uma grande quantidade de insulina. Isso pode levar a uma queda abrupta da glicose no sangue logo após o pico inicial, gerando a chamada hipoglicemia reativa. Em resposta, o organismo libera adrenalina, o que pode causar coração acelerado, tremores, suor frio e até sensação de ansiedade”, detalha.

2. Cafeína e bebidas energéticas

Outro fator que pode causar taquicardia é o consumo de cafeína ou bebidas energéticas com a refeição. “A cafeína estimula o sistema nervoso simpático e aumenta a produção de adrenalina. Em pessoas mais sensíveis, mesmo uma xícara de café pode ser suficiente para desencadear palpitações ou taquicardia, especialmente se associada a estômago cheio ou alimentação desbalanceada”, afirma a Dra. Lívia Sant’Ana.

3. Distensão abdominal

A médica também aponta que a distensão abdominal, provocada por refeições muito volumosas ou alimentos que causam fermentação intestinal, pode contribuir para o sintoma. “A pressão gerada no abdômen pode interferir na função do nervo vago, que regula os batimentos cardíacos. Isso explica por que, às vezes, comer demais ou muito rápido pode gerar desconforto e sensação de coração disparado”, explica.

Mulher sentada com as mãos no peito fazendo exercício de respiraçãoMulher sentada com as mãos no peito fazendo exercício de respiração
Pessoas com quadros de estresse crônico tem mais sensibilidade à taquicardia (Imagem: Branislav Nenin | Shutterstock)

4. Desequilíbrios hormonais e condições pré-existentes

De acordo com a Dra. Lívia Sant’Ana, desequilíbrios hormonais ou condições pré-existentes, como resistência à insulina, disfunções da tireoide e ansiedade, também precisam ser considerados. “Não é raro que mulheres em transição hormonal, por exemplo, ou pacientes com quadros de estresse crônico, tenham mais sensibilidade a essas alterações. A chave está em olhar para o paciente como um todo — não só para o coração isoladamente”, orienta.

Sinais de alerta

Apesar de muitas causas serem benignas, a Dra. Lívia Sant’Ana ressalta que há sinais de alerta que merecem atenção. “Se a sensação de taquicardia for frequente, intensa ou vier acompanhada de tontura, dor no peito, falta de ar ou desmaios, é essencial buscar avaliação médica. Em alguns casos, o sintoma pode revelar arritmias ou disfunções cardíacas que precisam ser tratadas”, alerta.

Hábitos para prevenir o aumento da frequência cardíaca

Por fim, a cardiologista afirma que a alimentação equilibrada pode ser uma grande aliada na prevenção desses episódios. “Evitar refeições muito grandes, reduzir o consumo de carboidratos simples e cafeína, e apostar em alimentos ricos em fibras, proteínas e gorduras boas pode fazer toda a diferença. Além disso, comer com calma e mastigar bem são hábitos simples que ajudam na regulação da digestão e, consequentemente, da resposta cardíaca”, conclui.

Por Daiane Bombarda

Fonte: Portal EdiCase

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