6 passos para combater a LGBTfobia dentro das empresas

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Apesar de representar um mercado de consumo que movimenta o Brasil, a comunidade LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer, Intersexuais, Asexuais, Pansexuais e outras identidades) ainda enfrenta barreiras significativas para acessar posições de liderança nas empresas. Apenas 8% dos líderes se declaram LGBTQIAPN+, segundo levantamento da GPTW (Great Place to Work). Nos cargos de presidência, esse número cai para apenas 6%.

No mês em que se celebra o Dia Internacional contra a LGBTfobia, em 17 de maio, é essencial refletir sobre como tornar os ambientes corporativos mais seguros e inclusivos para todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

Confira, a seguir, 6 caminhos para transformar a cultura organizacional e combater a LGBTfobia nas empresas!

1. Reconheça que o preconceito ainda existe — e pode ser velado

Mesmo em empresas com políticas públicas de diversidade, comportamentos LGBTfóbicos persistem, muitas vezes de forma sutil. “Além dos preconceitos explícitos, como piadas ofensivas nos corredores e comentários depreciativos, existem formas mais sutis e igualmente prejudiciais de discriminação contra a comunidade LGBTQIA+. Estes obstáculos não declarados, baseados em estereótipos e preconceitos enraizados na sociedade, perpetuam a desigualdade e violam o direito fundamental ao trabalho digno”, afirma o especialista em Diversidade & Inclusão e CEO da edtech Profissas, Victor Lambertucci.

Segundo Victor Lambertucci, a ausência de um ambiente seguro prejudica diretamente o bem-estar e a performance dos profissionais LGBTQIAPN+. “Tudo isso acaba prejudicando muito. Os preconceitos e agressões veladas muitas vezes não são identificados em uma conversa ou atitude, mas em uma decisão que pode prejudicar essa pessoa ou cercear o direito dela de acessar o mercado de trabalho, de crescer no mercado de trabalho, de ser ouvida, enfim, de ter ali o seu talento realmente abraçado e incentivado dentro do mercado”, alerta.

Mulher de cabelos curtos ruivos mexendo em notebook em sua sala de trabalho, em que há duas bandeiras LGBTMulher de cabelos curtos ruivos mexendo em notebook em sua sala de trabalho, em que há duas bandeiras LGBT
Lideranças LGBQIAPN+ são essenciais para estimular a representatividade nas empresas (Imagem: Anna55555 | Shutterstock)

3. Entenda que representatividade importa — principalmente na liderança

A ausência de lideranças LGBTQIAPN+ reforça a ideia de que certos cargos “não são para todos”. Para mudar esse cenário, é preciso romper o ciclo de exclusão. Segundo uma pesquisa nacional contratada pela Havaianas em 2022, feita com o instituto de pesquisas Datafolha e a All Out, ONG global que dá apoio jurídico à comunidade, 30% dos profissionais LGBTQIAPN+ não falam sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero no trabalho.

4. Ouça e conheça o perfil dos seus colaboradores

Antes de implementar ações, é fundamental fazer um diagnóstico real da cultura interna e ouvir quem faz parte da comunidade LGBTQIAPN+. “É muito importante partir de um diagnóstico estruturado, tanto para ouvir e mapear essas lideranças quanto também ouvir a população LGBTQIAPN+, que está dentro da empresa. É importante fazer esse diagnóstico estruturado para que a gente possa direcionar as nossas ações de forma mais efetiva e conectada com a cultura organizacional, com a empresa e com as pessoas colaboradoras que estão na nossa companhia”, reforça Victor Lambertucci.

5. Vá além das campanhas de junho

O compromisso com a diversidade deve ser contínuo — não apenas durante o Mês do Orgulho LGBTQIAPN+. É preciso desenvolver políticas internas consistentes e duradouras, com metas claras de diversidade e indicadores de progresso.

6. Forme lideranças inclusivas

Uma cultura inclusiva se constrói com formação e letramento de lideranças, que precisam estar preparadas para atuar com empatia, respeito e consistência. “A gente deve pensar realmente em uma formação estruturada de letramento e sensibilização das lideranças, pois aí, sim, a gente vai sair de um lugar superficial e generalista e realmente criar uma licença de conhecimento que vai permitir essa liderança, na sua atitude, fazer uma gestão inclusiva no dia a dia”, conclui Victor Lambertucci.

Por Letícia Carvalho

Fonte: Portal EdiCase

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