‘Muito podcast e pouco futebol’

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Após ter as contas de 2024 reprovadas nesta semana, Corinthians e Augusto Melo vivem um momento de crise em seu segundo ano de gestão e enfrentam ainda a insatisfação da torcida. Nesta terça-feira, os muros do Parque São Jorge, sede do clube alvinegro, foram pichados com manifestações e protestos contra o mandatário, bem como o desempenho da equipe no início do Campeonato Brasileiro.

“Fora Augusto Melo”, “Cadê as contas, Pinóquio” e “Muito ‘podcast’ e pouco futebol” foram algumas das frases escritas em protestos à gestão do presidente. A última delas em referência às entrevistas que presidente e jogadores têm concedido nos últimos tempos, em canais como Podpah e Benja Me Mucho. Os muros já tiveram as pichações apagadas na manhã desta quarta-feira.

As manifestações foram assinadas com a sigla P.D.F, que se refere a “Pixadores da Fiel”, movimento que já esteve presente em outros protestos no clube, incluindo contra a contratação do técnico Cuca em 2023. Na ocasião, foi levantado uma condenação do profissional na Justiça da Suíça, em 1989, por manter relação sexual sem consentimento com uma menina de 13 anos. A sentença foi anulada no último ano.

A Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do clube, também se manifestou oficialmente no últimos dias contra Augusto e seus pares. Os protestos desta vez ocorrem em um momento conturbado. Além da mudança no comando técnico – Dorival Júnior estreia nesta quarta-feira, em duelo com o Novorizontino, pela Copa do Brasil -, a vida política corintiana é a principal pauta no noticiário do clube, em especial com as contas reprovadas.

As contas do primeiro ano da gestão de Augusto Melo não foram aprovadas no Conselho Deliberativo nesta segunda-feira. Foram 130 votos favoráveis à reprovação, 73 contra e seis abstenções de 209 conselheiros que se apresentaram para votação. A decisão, conforme determinado pelo estatuto do clube, pode desencadear um novo pedido de impeachment contra o dirigente.

Augusto chegou a tentar adiar a votação desta segunda, mas o pedido foi negado por Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho e figura central da guerra política em curso nos bastidores do clube.

Durante a reunião no Parque São Jorge, para recomendar a reprovação das contas, o Conselho de Orientação (CORI) apresentou um parecer, ao qual o Estadão teve acesso, em que aponta que o passivo total do clube teve um aumento de R$ 829 milhões ao longo do ano passado.

O parecer lista diversos outros motivos ligados à falta de transparência, como, por exemplo, a não apresentação do contrato do astro Memphis Depay ao órgão fiscalizador.



Por: Estadão Conteúdo

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