O desejo de viver legalmente nos Estados Unidos segue forte entre alguns brasileiros. No entanto, em um cenário de alta demanda por vistos, endurecimento das políticas migratórias e circulação desenfreada de boatos nas redes sociais, cresce também o número de pessoas que acabam tomando decisões arriscadas, muitas vezes sem entender os requisitos legais ou os impactos dessas escolhas no longo prazo.
Com mais de uma década de experiência em direito imigratório, a advogada Renata Castro, da US4ALL, escritório especializado em soluções de imigração nos Estados Unidos, esclarece 10 mitos e verdades comuns sobre imigração para os EUA — e reforça que, mesmo diante de desafios, ainda existem caminhos legais e viáveis, inclusive para quem já está em situação irregular. Confira!
Mito. O primeiro mito que precisa ser esclarecido é que todo mundo pode conseguir visto com facilidade. Isso não é real. Cada caso é avaliado individualmente e o perfil do solicitante é decisivo para a obtenção.
Mito. Não é necessário abrir uma empresa. No entanto, é preciso investir em projetos. “Na verdade, é possível investir em projetos já aprovados pelo governo americano, desde que o investimento atenda aos valores mínimos exigidos e resulte na criação de empregos”, explica Renata Castro.
Mito. Nas redes sociais, também ganhou repercussão a suposta criação de um “Trump Card” — ou “Gold Card” — que prometeria residência permanente nos EUA em troca de um investimento de US$5 milhões, dispensando o EB-5. Trata-se de um boato sem validade jurídica, já que a proposta ainda não foi aprovada pelo Congresso norte-americano.
Mito. Outra confusão recorrente envolve o visto EB-2 NIW (National Interest Waiver), voltado a profissionais qualificados. Ao contrário do que muitos acreditam, não é necessário apresentar uma oferta de emprego para se candidatar.
“Esse visto dispensa o job offer se o profissional demonstrar formação sólida, atuação de impacto e benefício direto ao interesse nacional dos EUA”, afirma a advogada, que completa afirmando: “Hoje, ele é um dos caminhos mais buscados por brasileiros com carreira consolidada”.
Mito. Também circulam ideias equivocadas sobre o processo de obtenção do green card. O documento não é emitido imediatamente após a aprovação: o processo envolve coleta de biometria, entrevistas e análise documental, podendo levar meses. Além disso, portadores de green card podem entrar e sair dos Estados Unidos, desde que respeitem os prazos máximos de ausência e comprovem a intenção de manter residência no país.
Mito. A advogada também alerta sobre outro erro comum: ter um filho nascido nos EUA não garante automaticamente o green card aos pais. Somente filhos com mais de 21 anos têm direito de peticionar pelos pais — e o sucesso do processo depende de uma série de critérios legais.
O mesmo vale para casamentos com cidadãos norte-americanos. Embora seja uma via legal, não há garantia automática de concessão. O casal precisa provar a legitimidade da união, por meio de evidências como contas conjuntas, fotos, histórico de convivência e declarações de amigos e familiares.
Verdade. Uma mudança recente, anunciada em 20 de junho, exige que candidatos ao visto F-1 (estudante) — e a outras categorias — autorizem o acesso das autoridades migratórias aos seus perfis em redes sociais. Ainda que muitos considerem essa exigência polêmica ou até ilegal, ela está prevista nos formulários oficiais e já integra os critérios de análise de segurança dos EUA.
Mito. A ideia de que imigrantes, especialmente os indocumentados, não pagam impostos é um dos mitos mais disseminados. Na prática, a realidade é bem diferente. Mesmo pessoas fora de status contribuem com impostos estaduais e federais, seja pelo consumo, pelo aluguel ou até pela declaração de renda, quando utilizam o ITIN (Individual Taxpayer Identification Number). Ou seja, a narrativa de que imigrantes apenas oneram os serviços públicos não se sustenta nos dados.
Apesar do cenário complexo, ainda existem rotas legítimas e seguras para quem deseja viver legalmente nos Estados Unidos. Entre as principais alternativas, estão:
Renata Castro também alerta que erros comuns de documentação — como falhas no preenchimento de formulários, cartas mal redigidas ou falta de evidências — são algumas das principais causas de negativa de vistos, mesmo quando o solicitante tem perfil adequado.
“A crescente disseminação de mitos sobre a imigração gera consequências sérias: desde prejuízos financeiros até o risco de deportações. Por isso, é fundamental que brasileiros interessados em viver legalmente nos EUA busquem informação confiável, planejamento jurídico e estratégias compatíveis com seu histórico pessoal e profissional”, finaliza a especialista.
Por Kamila Garcia
Fonte: Portal EdiCase
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