
A perda de um animal de estimação é uma das experiências mais dolorosas que um tutor pode enfrentar. Anos de convivência, momentos de alegria e um amor incondicional criam laços profundos e únicos. Quando esse vínculo é rompido, o vazio deixado é imenso, e o cotidiano parece perder cor e sentido. O luto pela perda de um pet é real e intenso, pois eles não são apenas animais, mas membros da família que oferecem companhia, acolhimento e carinho sem julgamentos.
As fases do luto — negação, raiva, tristeza e aceitação — podem se manifestar em diferentes intensidades e durações. Entender que cada tutor vive esse processo de forma singular é o primeiro passo para buscar conforto. Ainda que nenhuma palavra elimine completamente a dor, algumas atitudes podem tornar o processo mais leve e ajudar a transformar a saudade em lembrança amorosa.
A seguir, veja algumas dicas para lidar com o luto pela perda de um pet.
1. Permita-se sentir e viver o luto
O primeiro passo é aceitar o que está acontecendo. Fingir que está tudo bem ou reprimir emoções apenas prolonga o sofrimento. Permita-se chorar, lamentar, sentir raiva e tristeza — tudo isso faz parte do processo natural da perda. Cada lágrima expressa o amor e a conexão que existia.
Dar espaço às emoções ajuda a compreender que o luto é uma forma de honrar a relação vivida. Reprimir sentimentos pode gerar ansiedade e adoecimento emocional, enquanto os acolher é o início da cura. “É preciso que esse luto seja vivido em toda sua intensidade e duração para então começar o processo de elaboração e ressignificação de toda essa dor”, orienta a psicóloga Denise Cordeiro.
2. Fale sobre o que sente e compartilhe lembranças
Falar sobre a perda com pessoas que entendem sua dor é essencial. Amigos, familiares ou grupos de apoio especializados em luto animal podem oferecer conforto e empatia. Relatar histórias, lembrar momentos engraçados e dividir fotos ajuda a transformar o sofrimento em homenagem.
“A rede de apoio é essencial nesse processo doloroso, sendo uma assistência potente no enfrentamento da dor, da solidão e é eficaz no acolhimento. Falar sobre o que sente de forma livre e segura tem uma ação reparadora significativa, principalmente quando por meio dos entes queridos e profissionais de saúde mental”, explica Denise Cordeiro.
Compartilhar o que o pet significava em sua vida faz perceber que o amor permanece, mesmo após a partida. Esse diálogo é também uma forma de validar o que foi vivido e aliviar a solidão que o luto traz.
3. Crie um ritual de despedida
Rituais ajudam a simbolizar o encerramento de um ciclo. Acender uma vela, plantar uma árvore, escrever uma carta de despedida ou montar um cantinho de lembranças são maneiras de expressar o amor e marcar a passagem do pet.
Esses gestos concretos permitem canalizar o sofrimento em algo simbólico e transformador. O ritual não elimina a dor, mas cria um espaço para o afeto continuar existindo, agora em forma de memória e gratidão.
4. Cuide da sua rotina e do seu bem-estar
Após a perda, o cotidiano pode parecer sem sentido. Mesmo assim, é importante manter uma rotina mínima: acordar em horários regulares, alimentar-se bem, sair de casa e tentar dormir corretamente. Pequenos hábitos ajudam o corpo e a mente a se reequilibrar.
O luto é cansativo e pode afetar o apetite, o sono e a energia. Cuidar de si é uma forma de respeito pelo amor que o pet deixou. Aos poucos, retomar atividades diárias contribui para restaurar o equilíbrio emocional.

5. Aceite que sentimentos de culpa são comuns
É comum se questionar: “E se eu tivesse feito mais?” ou “será que ele sofreu?”. Esses pensamentos fazem parte do luto, mas precisam ser tratados com compaixão. Nenhum tutor é perfeito, e o amor oferecido ao longo da vida do pet é o que realmente importa.
Substituir a culpa pela gratidão ajuda a aliviar o peso emocional. É possível escrever uma carta expressando tudo o que gostaria de dizer e guardá-la como símbolo de despedida e perdão.
6. Guarde lembranças boas como forma de amor
Guardar fotos, brinquedos ou coleiras pode ser doloroso no início, mas, com o tempo, esses objetos se tornam lembranças afetuosas. Criar um álbum de recordações ou um mural com imagens felizes ajuda a manter viva a história compartilhada.
Reviver bons momentos transforma o luto em saudade positiva. Essa mudança de olhar — da dor para o carinho — é uma das etapas mais importantes da aceitação.
7. Dê tempo ao tempo
O luto não tem prazo para acabar. Cada tutor tem o seu ritmo, e apressar o processo pode gerar frustração. Haverá dias de lágrimas e dias de serenidade, e tudo isso faz parte. Respeitar o próprio tempo é respeitar a história vivida com o pet.
“O processo de luto é atemporal, ou seja, não tem um tempo certo para findar, ele pode durar o tempo que for preciso para ser elaborado, variando de dias a anos”, explica a psicóloga. Aos poucos, o sofrimento se torna mais brando, e o tutor aprende a conviver com a ausência de maneira mais leve, guardando o amor em outro formato.
8. Busque apoio profissional se precisar
Se o luto se prolongar e afetar a vida diária — com sintomas de depressão, isolamento ou culpa constante —, buscar ajuda de um psicólogo é um passo importante. “É muito comum que as perdas levem as pessoas a terem sintomas depressivos ou desencadear uma depressão; por isso, é fundamental que estejam acompanhadas por profissionais de saúde mental para passarem por esse momento da forma menos danosa possível”, alerta Denise Cordeiro.
Procurar ajuda não é sinal de fraqueza, mas de cuidado consigo. O acompanhamento profissional auxilia a reorganizar emoções e retomar o equilíbrio com mais serenidade e clareza.
Fonte: Portal EdiCase









