Preparar-se para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vai muito além de resolver exercícios e revisar conteúdo. A neuroeducação, que une conhecimentos da neurociência, psicologia e pedagogia, mostra que a forma como cuidamos da mente influencia diretamente na aprendizagem, na memória e no desempenho sob pressão.
A seguir, Marta Relva, Dra. h.c. em educação, doutora e mestre em psicanálise, neurocientista, neuropsicopedagoga e psicopedagoga, lista algumas dicas de preparação psicológica para o Enem, segundo a neuroeducação. Confira!
1. Estabeleça uma rotina de estudo equilibrada
Organize horários fixos para estudar e descansar. O cérebro gosta de previsibilidade, isso ajuda a reduzir a ansiedade. Evite maratonas de estudo madrugada adentro, pois prejudica a consolidação da memória e a regulação emocional.
2. Pratique técnicas de respiração e atenção plena
Dedique 5 a 10 minutos por dia a exercícios de respiração profunda ou meditação. Isso acalma o sistema nervoso e melhora o foco. Não é recomendado ignorar os sinais de estresse e tentar “forçar a concentração” quando a mente está saturada.
3. Simule o ambiente da prova
Faça simulados cronometrados em local silencioso, treinando a resistência mental. Não deixe para enfrentar o formato da prova apenas no dia; isso aumenta o impacto do nervosismo.
4. Cuide do sono
Durma entre 7 e 9 horas por noite, principalmente na semana da prova. O sono REM (última fase do ciclo de sono, caracterizado por movimentos oculares rápidos) é essencial para consolidar o aprendizado. Não é recomendado usar a madrugada anterior ao exame para estudar “tudo de uma vez”, pois o cérebro cansado perde eficiência.

5. Pratique atividade física moderada
Caminhadas, alongamentos ou exercícios leves ajudam na oxigenação cerebral e na liberação de endorfinas. É importante evitar sedentarismo ou treinos intensos demais na véspera da prova, pois podem gerar fadiga.
6. Mantenha uma alimentação que favoreça o cérebro
Consuma alimentos ricos em ômega 3, frutas, vegetais e água suficiente. Não é recomendado abusar de açúcar e cafeína, picos e quedas de energia prejudicam a atenção.
7. Treine o controle emocional com autodiálogo positivo
Substitua pensamentos como “vou errar tudo” por “vou fazer o meu melhor e usar o que treinei”. Não é recomendado reforçar ideias catastróficas, que ativam a amígdala cerebral e bloqueiam o raciocínio.
8. Tenha pausas estratégicas e momentos de lazer
Alterne períodos de estudo com pausas curtas (técnica Pomodoro, por exemplo) e reserve um tempo para atividades prazerosas. Não é recomendado passar semanas só estudando, sem descanso, pois leva ao esgotamento e reduz a motivação.
Segundo a neuroeducação, o preparo psicológico para o Enem não se constrói apenas nos livros, mas também no equilíbrio entre corpo, mente e emoções. Ao adotar hábitos que favorecem a plasticidade cerebral, a autorregulação e o bem-estar, você aumenta não só o seu desempenho, mas também a sua confiança no dia da prova.
Por Marta Relvas
Dra. h.c. em educação, doutora e mestre em psicanálise, neurocientista, neuropsicopedagoga e psicopedagoga. Membro efetiva da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento, Conselho Regional de Biologia – RJ. Entre os livros lançados, estão “Cérebro. Contextos, nuances e possibilidades” e “Neurociência na prática pedagógica”, publicados pela Wak Editora.
Fonte: Portal EdiCase