Faltam pouco mais de dois meses para um dos vestibulares mais desafiadores do Brasil: a prova da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), responsável por selecionar estudantes para a Universidade de São Paulo (USP) e reconhecida pelo alto nível de exigência. A primeira fase do exame acontece em 23 de novembro (domingo), e a segunda nos dias 14 e 15 de dezembro.
Uma das provas mais importantes da Fuvest é a de Ciências Sociais que contempla as disciplinas: Filosofia, Sociologia, Artes e Educação Física. Por isso, em período de contagem regressiva para esse vestibular, a autora de História, Filosofia e Sociologia do Sistema de Ensino pH, Ana Paula Aguiar, fala sobre a importância do estudo dessas disciplinas para alcançar a nota almejada.
“A prova de Ciências Sociais da Fuvest tem a sua importância, já que a disciplina é fundamental para a compreensão de fenômenos sociais e culturais, com forte caráter interdisciplinar que se reflete na prova, abordando temas como o papel do Estado, movimento sociais, cultura e relações de poder”, ressalta.
Para ajudar os estudantes que vão enfrentar esse desafio, Ana Paula Aguiar compartilha 7 dicas essenciais. Confira!
Uma das principais estratégias é priorizar os grandes pensadores, conhecidos como “Clássicos da Sociologia”, como Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber, dominando seus conceitos, como fato social, ética protestante, alienação e ação social.
“A partir deles, o candidato deve estabelecer conexões com temas contemporâneos que frequentemente aparecem nas provas, como democracia, violência, desigualdade, mídia digital, raça e gênero, tornando o estudo mais contextualizado e aplicável às questões”, comenta Ana Paula Aguiar.
Nas edições anteriores, a Fuvest apresentou questões ligadas a fenômenos recentes, como extrativismo e colonialismo de dados, necropolítica, fake news, cultura do cancelamento associada a valores de mercado, questões raciais e desigualdade, exclusão social e violência. Segundo Ana Paula Aguiar, esses assuntos seguem como fortes apostas, já que representam desafios persistentes no Brasil e no mundo.
Ainda neste sentido, a autora informa que, para a próxima edição, existem temas que estão em alta e que possuem chances de cair no vestibular, como escala 6×1 e condições de trabalho contemporâneas, a plataformização do trabalho, os impactos da inteligência artificial e as transformações do Estado-nação diante da globalização (redes sociais, uberização etc.).
“Esses tópicos dialogam com debates recentes sobre trabalho, tecnologia e política internacional, e mantêm coerência com a linha de abordagem crítica que caracteriza as provas da Fuvest”, afirma.
Uma das estratégias indispensáveis para quem busca entender a lógica da Fuvest e se destacar na área de Ciências Sociais, é utilizar as edições anteriores para treinar para o vestibular. Segundo a especialista, ao resolver provas antigas, o estudante se familiariza com a abordagem interdisciplinar e ganha segurança para enfrentar temas recorrentes, como cidadania, movimentos sociais e violência estrutural.
Materiais didáticos de qualidade já oferecem um direcionamento sólido para os alunos, pois são elaborados com base na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e nas tendências dos principais vestibulares do país. Mas, além desses recursos, artigos e reportagens de qualidade também são fundamentais, especialmente aqueles que abordam política, desigualdade, racismo, gênero e economia.
“Essas leituras complementares ampliam o repertório crítico, ajudam a relacionar conceitos sociológicos às problemáticas atuais e permitem que o estudante desenvolva uma visão mais abrangente e contextualizada da realidade brasileira e mundial”, afirma Ana Paula Aguiar.
Muito além do entretenimento, obras audiovisuais vêm sendo recomendadas por educadores como verdadeiros “laboratórios sociológicos” para quem se prepara para a Fuvest. “Assistir a filmes e séries com um olhar crítico permite desenvolver a imaginação sociológica, conceito de C. Wright Mills que estimula o estudante a conectar experiências individuais com estruturas sociais mais amplas”, comenta a especialista.
Títulos recentes como “Coringa” (2019), “A Mulher Rei” (2022), “A Substância” (2023) e “Dias Perfeitos” (2023) oferecem ricas possibilidades de análise, de acordo com Ana Paula Aguiar. Enquanto “Coringa” levanta debates sobre exclusão e saúde mental em contextos urbanos desiguais, “A Mulher Rei” provoca reflexões sobre identidade negra, de colonialidade e resistência, em diálogo com autoras como Lélia Gonzalez e Sueli Carneiro.
Já “A Substância” expõe as pressões estéticas impostas às mulheres e o controle sobre seus corpos, enquanto “Dias Perfeitos” propõe uma reflexão sutil sobre rotina, trabalho e alienação, à luz do pensamento marxista. Para Ana Paula Aguiar, esse tipo de exercício amplia a compreensão do estudante sobre temas recorrentes na prova, como desigualdade, poder, gênero e cidadania. “É uma forma acessível e envolvente de conectar teoria sociológica e realidade, algo cada vez mais valorizado nas edições recentes da Fuvest”, afirma.
Além de contribuir com a resolução de questões objetivas, a Sociologia tem ganhado protagonismo na redação da Fuvest, fornecendo repertório crítico e aprofundado para a construção de argumentos. “Todos os temas propostos pela banca, direta ou indiretamente, envolvem reflexões sociológicas. Por isso, dominar conceitos e autores da área é um diferencial importante”, comenta.
Nos últimos anos, a prova tem cobrado conhecimento de teorias sociais. “O domínio de conceitos sociológicos permite ao estudante elaborar argumentos mais consistentes e contextualizados, o que enriquece significativamente o texto dissertativo”, reforça a autora. A recomendação é que os candidatos não apenas memorizem definições, mas compreendam como aplicar essas referências a problemas sociais concretos, algo cada vez mais exigido pela banca da Fuvest.
Uma das principais armadilhas para quem se prepara para a Fuvest é apostar na simples memorização de conceitos. Segundo a autora do Sistema de Ensino pH, decorar definições sem entender sua aplicação prática é um erro que pode comprometer o desempenho, especialmente em provas dissertativas e na redação. “A banca não avalia apenas o conhecimento teórico, mas a capacidade do candidato de interpretar, contextualizar e aplicar esses conceitos a situações reais”, explica.
Para evitar esse equívoco, é fundamental adotar uma postura ativa de estudo: praticar leitura crítica, relacionar autores e teorias sociológicas com problemáticas contemporâneas e revisar provas anteriores. A recomendação é clara: fuja da decoreba.
Por Patrícia Martins Buzaid
Fonte: Portal EdiCase
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