A introdução de um novo animal de estimação em um ambiente onde já vive um gato exige paciência e bastante planejamento. Isso acontece porque os felinos são territorialistas por natureza e podem se sentir ameaçados com a chegada de outro pet, principalmente quando se trata de um cachorro, que costuma ser mais agitado e expansivo.
“Ancestralmente, os felinos viviam solitariamente; por isso; são territorialistas com o seu ambiente. Quando um novo animal é introduzido na casa, é comum que a primeira reação do gato seja de que há uma ameaça e passe a ter comportamentos agressivos, urine em locais inadequados, se isole e ainda pare de se alimentar como antes”, comenta Rogeria Coelho, coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera.
A introdução do cachorro, que é caracterizado por ser um animal mais sociável e costuma buscar por interações e brincadeiras, não deve ser feita de forma abrupta para evitar uma reação negativa do gato. “Essa disparidade pode levar a conflitos, com o gato se sentindo ameaçado ou perturbado pela energia e curiosidade do cachorro, podendo fazer com que ambos acabem se machucando ao interagirem”, explica a médica-veterinária.
Com uma abordagem cuidadosa, é possível reduzir conflitos e facilitar a convivência entre os animais. “Portanto, a introdução deve ser feita com cuidado, respeitando o ritmo e as necessidades de ambos os pets para garantir uma convivência harmoniosa”, ressalta.
Abaixo, Rogeria Coelho lista dicas para preparar o gato para a chegada de um novo cachorro. Confira!
1. Preparação inicial
Crie um espaço seguro para o gato, onde ele possa se retirar e se sentir protegido. Isso pode incluir áreas elevadas ou quartos em que o cachorro não tenha acesso. Além disso, antes da introdução, certifique-se de que o cão tenha algum treinamento básico, como comandos de obediência. Isso ajuda a controlar o comportamento durante a introdução.
2. Troca de cheiros
Troque itens pessoais entre os pets, como cobertores ou brinquedos, para que ambos possam se familiarizar com o cheiro um do outro.
3. Introdução gradual
Permita que os pets se encontrem através de uma porta fechada. Isso permite que eles se acostumem com a presença um do outro sem contato direto. Após alguns dias, deixe a porta entreaberta para que possam se ver, mas ainda sem contato físico.

4. Encontros supervisionados
Quando ambos parecerem confortáveis, permita um encontro supervisionado em um ambiente controlado. Mantenha o cachorro na coleira e observe as reações de ambos os pets. Use petiscos e elogios para reforçar comportamentos calmos e positivos durante os encontros.
5. Monitoramento e paciência
Observe o comportamento de ambos os pets. Se houver sinais de agressão ou estresse, separe-os e tente novamente mais tarde. A introdução pode levar dias, semanas ou até meses. Seja paciente e não force interações.
6. Ajustes finais
Certifique-se de que ambos os pets tenham seu próprio espaço pessoal em que possam se retirar se necessário. Além disso, mantenha uma rotina consistente para reduzir o estresse nos animais.
Por Leticia Zuim Gonzalez
Fonte: Portal EdiCase