5 mitos sobre diabetes para você abandonar e prevenir a doença



Os casos de diabetes registraram um aumento expressivo em todo o mundo nas últimas décadas. De acordo com dados da Organização Pan-Americana da Saúde (PAHO), a quantidade de adultos diagnosticados com a doença ultrapassou 800 milhões, mais do que quadruplicando desde 1990. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes estima que cerca de 20 milhões de pessoas convivam com o diagnóstico.

Doença crônica, o diabetes é caracterizada pela deficiência na produção ou na ação da insulina, hormônio responsável por controlar os níveis de glicose no sangue e garantir energia para o funcionamento do corpo. Quando esse mecanismo falha, o açúcar se acumula na corrente sanguínea, provocando um aumento da glicemia. Segundo o Ministério da Saúde (MS), com o tempo, esse desequilíbrio pode afetar o coração, os rins, os nervos e a visão, além de elevar o risco de complicações graves, incluindo óbito em casos mais severos.

Apesar de ser uma doença amplamente discutida, a desinformação sobre o diabetes ainda é um grande obstáculo para o cuidado adequado. De acordo com Rebeca Vasconcelos, médica da área de Clínica Médica do AmorSaúde, desmistificar conceitos errados é um passo essencial para melhorar o cuidado com a saúde. “É importante esclarecer essas afirmações que circulam popularmente sobre o diabetes, mas que são mitos, para que as pessoas saibam o que causa a doença e o que ajuda a preveni-la”, explica.

A seguir, a especialista destaca os principais mitos sobre o diabetes e orienta sobre hábitos que fazem diferença no controle da glicose. Confira:

1. Só quem come muito açúcar desenvolve diabetes

O consumo exagerado de açúcar pode contribuir para o problema, mas não é o único fator. “O diabetes tipo 2 está muito mais relacionado ao estilo de vida como um todo: alimentação desequilibrada, sedentarismo, genética e outros fatores metabólicos”, afirma Rebeca Vasconcelos.

2. Apenas pessoas acima do peso desenvolvem a doença

Embora o excesso de peso aumente o risco, ele não é determinante. “Pessoas magras também podem ter diabetes, especialmente se houver predisposição familiar ou resistência à insulina”, esclarece Rebeca Vasconcelos.

3. Quem tem diabetes precisa cortar completamente o açúcar

Segundo a profissional, não é necessário eliminar, e sim equilibrar. “O mais importante é o controle da quantidade e a escolha de alimentos com baixo índice glicêmico, dentro de um plano alimentar adequado”, explica.

4. Tomar remédio cura o diabetes

O tratamento controla, mas não cura a doença, já que o diabetes é uma doença crônica sem cura. “Com medicação adequada, dieta e atividade física, é possível manter a glicose estável e evitar complicações, mas o cuidado precisa ser contínuo”, reforça a especialista.

5. Ter casos na família significa que a pessoa vai, inevitavelmente, desenvolver a doença

A herança genética aumenta o risco, mas não determina o destino. “Com bons hábitos, é perfeitamente possível prevenir o diabetes tipo 2 mesmo tendo histórico familiar”, explica Rebeca Vasconcelos.

O diabetes tipo 1 exige a aplicação diária de insulina para controlar a glicose no sangue (Imagem: chemical industry | Shutterstock)

Qual é a diferença entre os tipos de diabetes?

Diabetes tipo 1

O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o organismo ataca as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. Sem essa produção, o corpo não consegue controlar a glicose no sangue, exigindo aplicação diária de insulina. Geralmente surge na infância ou adolescência, mas pode se manifestar em qualquer idade.

Diabetes tipo 2

O diabetes tipo 2 é o mais comum, acomete 90% dos pacientes diabéticos no Brasil e está relacionado à resistência do organismo à insulina e à redução gradual da produção do hormônio. Fatores de risco incluem sedentarismo, alimentação inadequada, excesso de peso e predisposição genética. Ao contrário do tipo 1, o tipo 2 pode ser prevenido e controlado com mudanças no estilo de vida, medicamentos e acompanhamento médico regular.

Diabetes gestacional

O diabetes gestacional ocorre durante a gravidez, quando o corpo não consegue produzir insulina suficiente para atender à demanda aumentada. Apesar de normalmente desaparecer após o parto, e impactar apenas entre 2 e 4% de todas as gestantes, pode implicar em maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro, tanto para a mãe quanto para a criança.

Sinais de alerta e exames que ajudam a detectar precocemente

Segundo Rebeca Vasconcelos, os sintomas clássicos que indicam desequilíbrio da glicose incluem sede excessiva, vontade de urinar com frequência, fome exagerada, cansaço, perda de peso inexplicada e visão turva. A profissional destaca que o diabetes tipo 2 pode ser silencioso por anos, sem sintomas perceptíveis. “Isso torna os exames regulares ainda mais importantes para o diagnóstico precoce”, alerta.

Os principais exames indicados para o diagnóstico e acompanhamento do diabetes são glicemia de jejum, hemoglobina glicada (HbA1c) e teste oral de tolerância à glicose (TOTG), quando indicado.

“Para adultos saudáveis, o ideal é incluir esses exames no check-up pelo menos uma vez por ano. Já quem tem fatores de risco — como sobrepeso, histórico familiar, hipertensão ou colesterol alto — deve fazer o acompanhamento a cada seis meses”, orienta Rebeca Vasconcelos.

Hábitos que previnem e ajudam no controle do diabetes tipo 2

Manter hábitos saudáveis é o primeiro passo para evitar o problema, como explica a especialista. “A prevenção do diabetes envolve um conjunto de escolhas diárias. Pequenas mudanças sustentáveis no estilo de vida fazem toda a diferença”. Além da alimentação equilibrada, outros comportamentos fazem diferença:

  • Praticar atividade física regularmente;
  • Dormir bem;
  • Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool;
  • Controlar o estresse, que pode elevar os níveis de glicose no sangue.

Segundo Rebeca Vasconcelos, receber o diagnóstico não significa perder qualidade de vida. Com conscientização, acompanhamento médico e disciplina, é possível viver bem. “Hoje, temos tratamentos modernos, medicamentos eficazes e até dispositivos que monitoram a glicose em tempo real. Quando o diabetes é bem controlado, a pessoa pode viver muitos anos sem nenhuma complicação significativa”, conclui a especialista.

Por Nayara Campos





Fonte: Portal EdiCase

Redação EdiCase

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