A dislexia é uma condição que influencia diretamente a leitura, a escrita e a compreensão de palavras. Embora não esteja relacionada à capacidade intelectual, esse transtorno específico de aprendizagem modifica o modo como o cérebro organiza e interpreta informações linguísticas, o que pode tornar atividades escolares e cotidianas mais desafiadoras.
Compreender esse funcionamento é essencial para identificar sinais, oferecer suporte adequado e criar oportunidades de aprendizagem mais acessíveis e eficientes para quem convive com o transtorno. Dados da International Dyslexia Association apontam que cerca de 5 a 10% da população mundial apresentam dislexia em algum grau.
Segundo o Dr. Heitor Felipe, professor de neurologia da Afya Goiânia, a dislexia não deve ser confundida com falta de capacidade intelectual, pois se trata de uma diferença neurológica no modo como o cérebro reconhece e interpreta sons e símbolos. “Sabemos que pessoas disléxicas têm alterações em regiões cerebrais responsáveis por associar símbolos escritos aos sons da fala, e isso ocorre de maneira completamente independente do QI (Quociente de Inteligência)”, explica.
A pedagoga da Afya Itaperuna, professora Esther Cunha, destaca que a identificação precoce é o ponto de partida para o sucesso escolar e emocional. “Quanto mais cedo a dificuldade for reconhecida, maiores são as chances de desenvolver estratégias eficazes de aprendizagem, personalizadas e realmente significativas para o progresso do aluno. É essencial adaptar o ensino e oferecer recursos que valorizem o potencial do estudante”, afirma.
A dislexia não tem cura, mas pode ser controlada com acompanhamento multidisciplinar, envolvendo professores, fonoaudiólogos e psicopedagogos, e o uso de tecnologias assistivas, como softwares de leitura em voz alta.
“Essas ferramentas permitem que o aluno tenha mais autonomia e confiança no processo de aprendizagem. Oferecer recursos adequados não é um ‘benefício extra’, mas uma necessidade pedagógica que respeita o ritmo, as habilidades e as potencialidades individuais. Quando ajustamos a prática, criamos caminhos mais justos para que todos possam aprender com qualidade”, explica Esther Cunha.
Apesar dos desafios, a dislexia também pode revelar talentos únicos. Segundo o Dr. Heitor Felipe, muitas pessoas com o transtorno desenvolvem uma forma de pensar mais visual e criativa, com facilidade para resolver problemas de maneira inovadora.
“Pessoas com dislexia têm inteligência normal e, muitas vezes, habilidades criativas e analíticas acima da média; por isso, é importante olhar além da dificuldade e reconhecer essas capacidades como um potencial de destaque”, declara o médico.
A seguir, os especialistas da Afya apontam cinco curiosidades e mitos importantes para ampliar o entendimento sobre a dislexia. Confira!
Pessoas com dislexia frequentemente apresentam nível intelectual dentro ou acima da média, mas encontram dificuldade especificamente em decodificação de palavras ou fluência de leitura.
Na infância, pode haver atraso no reconhecimento das letras, inversão de “b” e “d” e hesitação ao ler. Na adolescência e na vida adulta, a leitura tende a ser mais lenta, maior dependência de audiolivros ou leitura silenciosa e frustração diante de textos longos.
Encorajar o uso de tecnologia assistiva, adaptar tarefas e reconhecer os pontos fortes da pessoa gera melhor engajamento e resultados.
Quanto antes for identificado o padrão de dificuldade, como problemas na consciência fonológica ou na nomeação de letras e sons, mais eficaz é o tratamento, reduzindo impactos futuros na vida acadêmica e emocional.
Muitas pessoas com dislexia desenvolvem habilidade de pensamento visual, raciocínio fora da caixa e criatividade, justamente porque dedicam maior esforço à leitura e acabam usando outras vias cognitivas.
Por Beatriz Felicio
Fonte: Portal EdiCase
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