Em junho de 2025, o Brasil registrou 71,28 milhões de pessoas inadimplentes, o maior número desde o início da série histórica da CNDL/SPC Brasil (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas / Serviço de Proteção ao Crédito). Esse dado representa 42,9% da população adulta, revelando um cenário preocupante que recoloca o endividamento no centro das discussões sobre economia e bem-estar financeiro.
Para ajudar quem está no vermelho a dar os primeiros passos rumo ao equilíbrio financeiro, a economista e coordenadora do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina, Enivalda Alves da Silva Pina, elenca orientações práticas e realistas que ainda podem ser aplicadas até o fim do ano. Confira!
1. Mapeie todas as dívidas
Segundo Enivalda Alves da Silva Pina, o primeiro passo é ter um diagnóstico claro da situação. “É essencial mapear todas as dívidas, ou seja, valores, prazos, juros, além das fontes de renda e despesas fixas e variáveis. Isso permite entender o tamanho do problema e montar um orçamento realista”, afirma. O objetivo nesse momento não é pagar tudo de uma vez, mas construir uma base de organização e priorização.
2. Disciplina e constância
Mesmo com renda limitada, a economista afirma que é possível sair do vermelho com disciplina. “Renegociar dívidas, cortar gastos não essenciais, gerar renda extra e focar as dívidas com juros mais altos são ações que têm efeito direto. Pode parecer pouco no início, mas a consistência muda tudo”, destaca.

3. Atenção com o pagamento das dívidas
Outro ponto importante é saber como priorizar o pagamento de dívidas sem comprometer o sustento mensal. “O ideal é não ultrapassar 30% da renda líquida com o pagamento de parcelas. Negociar acordos com prazos mais longos e juros mais baixos é sempre melhor do que deixar acumular ou recorrer ao crédito caro”, explica.
4. Cuidado com as armadilhas
Enivalda Alves da Silva Pina também alerta para o que deve ser evitado: “Não use o cheque especial nem pague apenas o mínimo do cartão de crédito. Isso é armadilha. Também não adianta pegar empréstimos mais caros para pagar outras dívidas. Só vale a pena se for um crédito com juros significativamente menores e com planejamento”, reforça.
5. Hábitos simples e eficazes
Para quem quer virar a chave ainda este ano e começar 2026 com a vida financeira sob controle, a economista sugere hábitos simples que, se colocados em prática desde agora, geram impacto real em poucos meses:
- Anote todos os gastos diariamente para saber para onde vai cada centavo;
- Negocie dívidas e priorize as com juros mais altos, como cartão e cheque especial;
- Corte ou renegocie serviços fixos, como internet e telefonia, buscando alternativas mais baratas;
- Evite o uso do crédito rotativo e não parcele compras sem necessidade;
- Busque educação financeira gratuita, como vídeos, podcasts e conteúdos acessíveis para mudar sua relação com o dinheiro.
Por Nágila Pires
Fonte: Portal EdiCase