5 dicas para se conscientizar sobre o Alzheimer

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5 dicas para se conscientizar sobre o Alzheimer

Conforme dados do Ministério da Saúde, mais de 1,2 milhão de brasileiros convivem atualmente com o Alzheimer, enfermidade que a cada ano registra cerca de 100 mil novos casos. Para chamar atenção a esse cenário crescente, 21 de setembro marca tanto o Dia Mundial do Alzheimer quanto o Dia Nacional de Conscientização da doença, estabelecido pela Lei nº 11.736 de 2008.

Segundo a neuropsicóloga Martha Valeria Medina Rivera, especialista da NeuronUP (plataforma de neurorreabilitação), o Alzheimer não possui uma única causa, mas, sim, uma combinação de fatores. “Um dos principais fatores é a idade, já que a maioria dos casos ocorre em pacientes acima dos 65 anos”, comenta. Ela ainda ressalta que os genes também influenciam, como o APOE ε4 e algumas variantes pouco comuns que podem causar a doença em idades mais precoces.

Além disso, doenças como hipertensão, diabetes, obesidade, problemas cardiovasculares, traumatismos cranianos, depressão ou perda auditiva também elevam os riscos. “Fatores relacionados ao estilo de vida também são importantes: pouca atividade física, má alimentação, tabagismo, má higiene do sono, isolamento social e falta de estimulação cognitiva também foram associados a maior risco”, afirma.

Abaixo, a neuropsicóloga lista 5 dicas para se conscientizar sobre o Alzheimer. Confira!

1. Conheça os primeiros sinais do Alzheimer

O Alzheimer afeta a rotina diária, pois as funções cognitivas essenciais para a autonomia vão apresentando dificuldades progressivamente. Nos estágios iniciais, pequenos esquecimentos estão presentes nos pacientes. Apesar de parecerem normais, segundo Martha Valeria Medina Rivera, eles merecem atenção redobrada quando se tornam frequentes.

“É crucial que as pessoas fiquem atentas caso percebam que possuem dificuldade em recordar de compromissos ou conversas recentes, trocar ou até mesmo esquecer determinadas palavras, se perder em lugares conhecidos, ter mais dificuldades em planejar tarefas ou tomar determinadas decisões”, comenta.

Ela reforça que identificar precocemente os sinais da doença ajuda a retardar o avanço da enfermidade com intervenções adequadas.

2. Entenda como o Alzheimer altera toda a rotina

De acordo com a especialista da NeuronUP, aos poucos, o paciente com Alzheimer apresenta dificuldades crescentes nas funções. No início, ela pode esquecer onde guardou objetos; depois, passa a ter dificuldades em lidar com dinheiro, preparar uma refeição ou se orientar dentro de casa.

“Com o tempo, atividades básicas como se vestir, se alimentar e se higienizar exigem ajuda”, informa. Além disso, alterações emocionais — como ansiedade, depressão ou irritabilidade — afetam tanto o paciente quanto sua família.

Enfermeira jogando quebra-cabeça junto a idoso
Exercícios de memória e atenção contribuem para preservar a autonomia e a qualidade de vida de pessoas com Alzheimer (Imagem: Studio Romantic | Shutterstock)

3. Conheça os tratamentos disponíveis

Embora ainda não exista cura para o Alzheimer, Martha Valeria Medina Rivera destaca haver diversas formas de controlar ou retardar os sintomas da doença, sobretudo nas fases iniciais. “Hoje, a terapia combinada — que une tratamento farmacológico e não farmacológico — é considerada a mais eficaz”, afirma. Entre as opções, estão os medicamentos imunológicos antiamiloide, que eliminam proteínas tóxicas acumuladas no cérebro, além de inibidores da colinesterase e do glutamato, que favorecem a comunicação entre neurônios.

O cuidado, porém, vai além dos fármacos. Estimulação cognitiva, terapia psicológica e hábitos de vida saudáveis são parte essencial do tratamento. “Exercícios de memória e atenção, funções executivas, apoio emocional e uma rotina com alimentação equilibrada, sono adequado e atividade física contribuem para preservar a autonomia e a qualidade de vida”, reforça.

4. Envolva familiares e cuidadores

Conviver com o Alzheimer exige preparo não só do paciente, mas também da família. “Os cuidadores têm papel essencial no acompanhamento e precisam de informação clara e apoio para lidar com os desafios do dia a dia”, explica Martha Valeria Medina Rivera. A psicoeducação é um recurso central nesse processo, pois orienta sobre a evolução da doença, sintomas cognitivos e emocionais, além de estratégias práticas para comunicação, segurança e manejo de comportamentos difíceis.

Esse suporte contribui para reduzir a sobrecarga emocional e fortalecer a rede de cuidado. “Quando o familiar entende melhor as dificuldades do paciente, consegue antecipar mudanças, adaptar o ambiente de forma segura e preservar a relação com mais empatia”, destaca. Além disso, grupos de apoio e programas específicos para cuidadores ajudam a promover resiliência, autocuidado e saúde mental, prevenindo o esgotamento físico e psicológico.

5. Adote hábitos mais saudáveis e que protejam o cérebro

Embora ainda não exista um tratamento farmacológico capaz de prevenir o Alzheimer, estudos indicam que alguns hábitos podem reduzir o risco ou retardar sua manifestação. “Atividade física regular, alimentação equilibrada e controle de doenças como hipertensão e diabetes são medidas-chave para proteger o cérebro”, explica Martha Valeria Medina Rivera.

Além disso, fatores como manter níveis adequados de vitamina D, investir em uma dieta mediterrânea — rica em frutas, verduras, peixes, ômega 3 e antioxidantes —, e evitar excesso de gorduras saturadas também são aliados importantes. “Manter-se intelectualmente ativo, cultivar relações sociais e cuidar da qualidade do sono contribuem para formar uma reserva cognitiva, que ajuda a compensar danos cerebrais e retarda o início dos sintomas”, reforça.

Por Patrícia Buzaid





Fonte: Portal EdiCase

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