5 cuidados essenciais com as plantas no inverno

Conhecer as plantas e entender seu ciclo de vida é fundamental para garantir um cultivo saudável e produtivo. Cada espécie possui um período ideal para ser plantada, que depende de fatores como temperatura, luminosidade e clima. No inverno, essa atenção se torna ainda mais importante, já que as condições ambientais mudam e podem impactar diretamente o desenvolvimento delas. 

Os experientes paisagistas Catê Poli, que comanda o próprio escritório de paisagismo, e João Jadão, vice-presidente da Associação Nacional de Paisagismo (ANP), afirmam que o comportamento delas diante do clima predominante em uma região determinará o resultado do seu cultivo. Com as baixas temperaturas, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, é preciso saber quais são as plantas mais ou menos resistentes ao inverno para dedicar a atenção necessária nesse período, além de entender os cuidados que a estação pede.

Para Catê Poli, as árvores brasileiras, capazes de se desenvolver naturalmente em todo o território nacional, se saem melhor no frio quando comparadas aos arbustos vindos de uma região específica. “Essa é uma questão muito interessante e facilmente compreensível, uma vez que as nativas estão mais alinhadas ao seu habitat de origem e podem passar por algumas dificuldades quando inseridas dentro de outro ecossistema”, explica.

Espécies que resistem bem ao frio

Entre as árvores que suportam o frio extremo, Catê Poli enumera:

  • Ipês;
  • Cerejeira-do-rio-grande;
  • Araucária.

Essas espécies são extremamente adaptadas às condições climáticas encontradas nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “Aliás, a araucária é milenar e tornou-se símbolo da região Sul”, relata João Jadão. 

Sobre os arbustos, que alcançam alturas de pequeno e médio porte e trazem uma folhagem mais densa e espessa, os paisagistas contam as espécies que crescem bem em regiões com climas gélidos: 

  • Capim-barba-de-bode;
  • Capim-setária;
  • Capim-dos-pampas.

Quanto às espécies que resistem ao frio, desde que não sejam afetadas por geadas intensas, há:

  • Neve-da-montanha;
  • Neomarica caerulea (falsa-íris-azul);
  • Caliandra;
  • Manacá-de-cheiro.
Conciliar as espécies com a região torna o paisagismo mais sustentável (Projeto de arquitetura: Gilda Meirelles | Paisagismo: Catê Poli | Foto: Evelyn Muller)

De acordo com João Jadão, essa atenção em conciliar as espécies com a região torna o paisagismo sustentável. Ele ressalta que os arbustos, apesar das limitações, podem ser complementados por ornamentais não nativas, importadas de climas frios da Europa, Ásia subtropical e África do Sul, como:

  • Azaleias;
  • Hortênsias;
  • Sálvia leucantha;
  • Capim-do-texas.

Ele indica que esse processo de misturas de espécies torna a composição dos projetos de paisagismo mais viável em regiões frias. Catê Poli reforça essa mensagem: “Mesmo que se use poucas opções nativas de arbustos, priorizar árvores brasileiras adequadas ao clima já representa uma excelente harmonia com o meio ambiente”.

Legalmente, projetos de reflorestamento exigem 100% de árvores nativas — arbustos entram apenas em processos regenerativos com menor impacto na compensação ambiental. É importante lembrar que, por sermos um país tropical, a maioria das plantas nativas tolera temperaturas de até cerca de 15 °C (algumas até 10 °C), mas abaixo disso e em geadas, poucas resistem ao rigor do inverno.

Abaixo, os paisagistas Catê Poli e João Jadão explicam como cuidar das plantas durante a estação mais fria do ano. Confira!

1. Dormência do jardim

No inverno, o jardim entra em dormência e, assim, as plantas não se desenvolvem. Caso sejam plantadas nesse período, o crescimento acontecerá a partir de setembro.

2. Fique atento às regas

Por ser uma estação mais seca, é preciso prestar atenção à rega. Em invernos mais úmidos, é preciso ter cuidado para não exagerar na rega e deixar que as plantas fiquem apodrecidas, uma vez que o sol não é suficiente. Se estiver muito ressequido, é preciso complementar com água e, se estiver muito úmido, cuidado com o excesso, pois demora para evaporar devido à falta de sol. Em caso de viagens, é preciso pedir para alguém cuidar da rega.

3. Poda correta

No inverno, é tempo de fazer podas estéticas, não as drásticas, porque a planta não vai crescer ainda. Tudo o que for realizado deve acontecer no fim do inverno, pensando na preparação do jardim para a primavera e o verão. Por exemplo, no final da estação fria é indicada a adubação das plantas, pois com o calor e as chuvas que acontecem na primavera, elas responderão maravilhosamente.

4. Ausência de crescimento e de novos brotos

Nessa época, não há crescimento nem a formação de novos brotos — pelo contrário, a planta pode secar e será preciso podar. Isso é algo que acontece como uma lei da vida e da natureza.

5. Verifique a iluminação

Dentro de casa, é importante avaliar se no local onde o vaso está recebe luz. Caso a resposta seja não, é indicado mudá-lo de lugar.

Por Danilo Costa

Fonte: Portal EdiCase

Redação EdiCase

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