O Pix completa cinco anos em novembro e segue expandindo suas funcionalidades. Lançado em 2020, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central ganhou três novidades importantes em 2025: o Pix Automático, apresentado em junho; o Pix por aproximação, disponibilizado em fevereiro; e o aguardado Pix parcelado, com regulamentação prevista para o final de outubro, segundo informações oficiais do Banco Central.
As inovações consolidam a ferramenta como meio de pagamento mais utilizado no país. Conforme o estudo “Brasilidades – Quantos Brasis cabem no Brasil?”, realizado pela MindMiners, cerca de 73% dos brasileiros afirmam que o Pix é o meio de pagamento mais usado no dia a dia.
Em setembro de 2025, o Banco Central divulgou que o Pix registrou um recorde de 290 milhões de transações em um único dia, movimentando R$ 164,8 bilhões. Esse foi o maior volume financeiro e número de operações já registrados no sistema em um só dia, superando o recorde anterior de junho de 2025, que teve 276,7 milhões de transações e R$ 135,6 bilhões movimentados.
“Esse protagonismo do Pix reflete uma mudança de comportamento importante, especialmente entre os mais jovens e microempreendedores. A simplicidade da ferramenta — que dispensa maquininhas e taxas — tem sido determinante para impulsionar pequenos negócios, ampliar o acesso ao sistema bancário e estimular a digitalização da economia”, destacaMurilo Rabusky, diretor de Negócios da Lina Open X, fintech brasileira.
4 novidadesdo Pix em 2025
Conforme projeções da Ebanx/PCMI, a plataforma de transferência em tempo real deve responder por 44% do valor total das transações online até o fim de 2025, superando os cartões de crédito (41%) no e-commerce.
Em 2023 e 2024, o meio de pagamento digital já batia recordes de uso: em 20 de dezembro de 2024, foram registradas 252,1 milhões de transações em um dia. Para 2025, o Banco Central apresenta novas funcionalidades que ampliam o uso da ferramenta no dia a dia:
1. Pix automático
Lançado oficialmente em junho de 2025, permite o pagamento recorrente de contas como luz, água, aluguel ou mensalidades, de forma automática, sem precisar refazer transferências.
2. Pix por aproximação
Em fase de ampliação, traz a tecnologia NFC (Near Field Communication, ou Comunicação por Campo de Proximidade) para pagamentos apenas encostando o celular na maquininha, sem taxas extras.
3. Pix agendado
Permite programar uma transferência para uma data futura, de forma parecida com o agendamento de um boleto ou TED. O recurso é útil para quem deseja organizar melhor o fluxo de pagamentos, como enviar o valor do aluguel todo mês ou programar o pagamento de uma compra. O agendamento pode ser feito diretamente no aplicativo do banco ou fintech e, se necessário, cancelado antes da data de envio.
4. Pix parcelado
Previsto para até o final de outubro de 2025, será uma modalidade oficial e padronizada de parcelamento, permitindo que o usuário divida o pagamento de compras ou serviços, mesmo sem cartão de crédito.
“Essas inovações trazem benefícios diretos para as empresas como redução de custos, segurança nas transações e mais controle de fluxo de caixa. Já para os consumidores, o Pix representa mais autonomia financeira, praticidade e inclusão. O Pix virou sinônimo de acesso. Ele incluiu milhões de pessoas no sistema bancário e agora entra no campo do planejamento financeiro do brasileiro, especialmente dos que nunca tiveram um cartão de crédito ou conta digital”, completa Murilo Rabusky.

Benefícios que ganham ainda mais relevância em 2025
A seguir, confira os principais ganhos que tornam o sistema de pagamentos ainda mais atraente:
1. Facilidade nas contas recorrentes
Com o Pix automático, empresas e usuários poderão automatizar pagamentos como contas de luz, água, assinatura, aluguel, mensalidades etc. Bastará dar a autorização única, e os débitos serão feitos automaticamente nos vencimentos. Isso reduz atrasos, evita inadimplência e elimina a necessidade de lembrar todo mês.
2. Possibilidade de parcelar operações (mesmo sem cartão)
Com o Pix parcelado regulamentado, qualquer usuário poderá dividir compras ou pagamentos em parcelas. O recebedor continua recebendo o valor total imediatamente; quem parcela passa a ter uma operação de crédito vinculada. Esse recurso pode incluir compras no varejo, serviços, transferências ou até pagamento de boletos.
3. Recebimento imediato para lojistas e empresas
Diferentemente de sistemas de parcelamento tradicionais, no Pix parcelado o lojista recebe integralmente no momento da transação. Isso fortalece o fluxo de caixa e elimina risco de espera.
4. Pagamentos “sem toque” e mais fluidez nas compras físicas
O Pix por aproximação, baseado em tecnologia NFC, permite que o usuário realize pagamentos apenas aproximando o celular da maquininha, sem inserir dados ou abrir aplicativos manualmente. Essa agilidade pode reduzir o abandono de compras em pontos físicos ou celulares.
5. Transparência, padronização e acesso ao crédito mais justo
Por ser regulado pelo Banco Central, o Pix parcelado deverá trazer simulações padronizadas de parcelas, taxa de juros, Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e custo total da operação, facilitando a comparação entre instituições financeiras. Isso também pode ampliar o acesso ao crédito para cerca de 60 milhões de brasileiros que não possuem cartão de crédito.
6. Botão de contestação: mais segurança para o usuário
Para aumentar a confiança dos usuários, o Banco Central lançou recentemente o botão de contestação, que permite sinalizar de forma rápida e padronizada qualquer transação suspeita feita. Com apenas um clique no aplicativo da instituição financeira, o cliente pode contestar um pagamento indevido ou identificar uma possível fraude, sem precisar recorrer a canais externos.
A solicitação gera um alerta automático ao banco do recebedor, que passa a investigar o caso. Durante esse período, os valores podem ser bloqueados preventivamente, ampliando a proteção tanto para consumidores quanto para empresas.
Pix em 2026
Com a chegada do Pix parcelado e o avanço do automático, o sistema caminha para se tornar uma plataforma completa de gestão financeira. Em 2026, a expectativa é que o Banco Central amplie ainda mais as possibilidades de uso, com foco em integração com carteiras digitais, operações internacionais e aumento da segurança cibernética.
Além disso, especialistas apontam que a ferramenta de transferência imediata tende a substituir gradualmente outras formas de pagamento, especialmente em compras de pequeno e médio valor. O comportamento do consumidor, mais digital e imediatista, continuará impulsionando essa transformação.
Com mais de 290 milhões de transações em um único dia e adesão crescente de usuários e empresas, o Pix deve seguir como o principal motor da inclusão financeira e da inovação bancária no país. As novas funções mostram que, mais do que um meio de pagamento, o Pix se consolida como um ecossistema que simplifica, democratiza e acelera a forma como o brasileiro movimenta seu dinheiro.
Por Letícia Carvalho
Fonte: Portal EdiCase