Divulgação/PCNesta segunda-feira, 22, a Polícia Civil de Goianésia realizou a prisão de um homem de 51 anos, por ser suspeito de estelionato, gerando prejuízos de mais de R$ 60 mil em idosos da cidade. Ele se passava por assessor de “pai de santo” e prometia resolver os problemas das vítimas. Até o fechamento desta matéria, ao menos três vítimas haviam sido identificadas.

A prisão aconteceu durante a terceira fase da Operação Vetus deflagrada em todo Estado. Em Goianésia a operação foi realizada pelo GEPATRI - Grupo Especial de Repressão a Crimes Patrimoniais, o que culminou na prisão de José Felipe Machado Barbosa, que via sendo investigado desde de junho pelos crimes de estelionatos e extorsões contra idosos.

A polícia explicou que as investigações tiveram início em 23 de junho quando foi informada de um estelionato contra um idoso de 65 anos. Na ocasião, verificou-se que um homem, que se identificou como Felipe, procurou a vítima, oferecendo-lhe trabalho espiritual de um pai de santo (“Pai Antônio”), com a promessa de curá-lo de problemas de saúde.

Assim que o investigado saiu da residência do idoso, A vítima recebeu uma ligação de uma pessoa que se identificava como “Pai Antônio”. No intuito de ludibriar a vítima, “Pai Antônio” disse que teve uma visão e que a saúde da vítima estava debilitada em face de uma feitiçaria que haviam feito para ele e que havia uma tocha de cabelo enterrada no fundo de seu quintal.

Acreditando no falso Pai de Santo, o idoso chegou a passar aproximadamente R$ 12 mil a Felipe, para que os trabalhos de cura fossem realizados.

Em outra ocasião, Felipe foi novamente até a residência do idoso e contou a ele que estava trabalhando para um novo Pai de Santo, chamado “Pai José”, e que ele era melhor que o outro. Após Felipe ir embora, o idoso recebeu a ligação do suposto “Pai José”, dizendo que “Pai Antônio” não sabia de nada, pois ele precisava de uma cirurgia espiritual e sete tipos de medicamentos. O suposto pai de santo disse ainda que faria a cirurgia à distância e que os medicamentos ele enviaria por Felipe. A vítima tinha pouco mais de R$ 3 mil em casa e passou tudo a Felipe.

Em uma nova ligação, “Pai José” disse ao idoso que a cirurgia espiritual havia sido feita e que o próximo passo seria terapia medicamentosa, exigindo o pagamento de mais R$ 3.396. A vítima, então, pediu a um parente para sacar o referido valor. No entanto, ele desconfiou que se tratava de um golpe, recusou a realizar a operação bancária e procuraram a Polícia. O idoso repassou em mãos a Felipe mais de a R$ 22 mil.

No decorrer das investigações, a Polícia Civil identificou outras duas idosas que foram enganadas pelo investigado. A primeira, uma idosa de 79 anos, relatou que no final de 2020 conheceu um homem, que se identificou como “Baiano”. Na oportunidade, Baiano ouviu a idosa dizer que seu filho enfrentava problemas com alcoolismo. No mesmo instante, Baiano sugeriu a ela o auxílio de um curandeiro denominado “Pai Zé”.

Desse modo, Baiano ligou para o suposto pai de santo e, ao finalizar a chamada, disse a Ana que “Pai Zé” poderia curar o filho dela por R$ 600. Aliviada com a possibilidade de cura de seu filho, a mulher repassou o valor solicitado. Posteriormente, o suposto curandeiro passou a ameaçar a vítima, exigindo mais dinheiro para continuar com os trabalhos: “você começou um serviço e estou vendo aqui se você não terminar uma coisa muito ruim vai acontecer com você e seu filho”. Com o passar do tempo, a idosa, ao notar que nada havia sido resolvido, percebeu que havia caído em golpe, no entanto, ela já havia repassado mais de R$ 30 mil ao investigado.

A outra vítima, uma mulher de 75 anos, relatou que conheceu o investigado há um ano e meio, por meio de outra vítima. Por enfrentar problemas particulares, pagou R$ 250 a Felipe para que o pai de santo a ajudasse. Após, a vítima passou a receber diversas ligações de “Pai Antônio”, exigindo, mediante ameaças, mais dinheiro: “até amanhã você tem que entregar R$ 5 mil para Felipe, pois senão passar o dinheiro sua vida vai virar um inferno, uma doença vai cair na sua vida e de seus filhos”.

Com medo do que pudesse acontecer caso não pagasse, a idosa fez um empréstimo do valor exigido e entregou em mãos a Felipe. O prejuízo da idosa ultrapassou 7 mil.

A Polícia Civil identificou “Felipe” e “Baiano” como sendo José Felipe Machado Barbosa. Assim, diante dos elementos colhidos, considerando que o investigado aproveitava da fragilidade/vulnerabilidade e crença para atraí-los para a sua conduta criminosa, representou pela decretação da sua prisão preventiva.

De acordo com a polícia, o investigado responderá, até o momento, por três crimes de estelionato contra idoso, previsto no Artigo Art. 171, §4º do Código Penal Brasileiro, com pena  máxima de 02 a 10 anos para cada estelionato, e pelo delito de extorsão, artigo 158, caput, do Código Penal Brasileiro, com pena de reclusão, de quatro a dez anos.

A Polícia Civil continuará com as investigações no intuito de identificar mais vítimas e averiguar a participação de outras pessoas nos crimes em questão. Até o momento, o prejuízo às vítimas ultrapassa R$ 60 mil.

A divulgação da imagem foi precedida nos termos da Lei n.º 13.869, Portaria n.º 02/2020 - PC/GO e Despacho da Delegada de Polícia responsável pela investigação, considerando o interesse público sobre o privado, o direito à informação e a identificação de outras vítimas.



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