O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a ameaçar a realização das eleições em 2022. Em conversa com apoiadores nesta sexta-feira (9), ele acusou, sem provas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de participar de fraudes. Bolsonaro criticou nominalmente o presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso.

"A fraude está no TSE, para não ter dúvida. Isso foi feito em 2014", disse o presidente. "Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa para quem ganhar no voto auditável e confiável. Dessa forma, corremos o risco de não termos eleições no ano que vem."

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Em resposta ao presidente, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que "eu não paro para bater boca" e garantiu o pleito de 2022. "Cumpro o meu papel pelo bem do Brasil. Mas eleição vai haver, eu garanto", afirmou, em mensagem enviada ao jornalista Josias de Souza, do portal UOL, e posteriormente confirmada pela CNN.

Mais cedo, Bolsonaro atacou o ministro Luís Roberto Barroso. Segundo o presidente da República, Barroso usa de "história esfarrapada" para dizer que o voto impresso fere o sigilo das eleições.

"É uma resposta de um imbecil. Lamento falar isso para uma autoridade do Supremo Tribunal Federal. Só um idiota para fazer isso. O que está em jogo é o nosso futuro e a nossa vida, não pode um homem querer decidir o futuro do Brasil na fraude", afirmou Bolsonaro.

O presidente voltou ao assunto na parte da tarde, em um evento na cidade de Caxias do Sul (RS), em tom mais ameno. Desta vez, Bolsonaro falou apenas em querer "eleições limpas", com a aprovação do voto impresso. "O que eu mais quero são eleições limpas, para que nós possamos, sim, garantir a vontade popular", disse o presidente durante evento de inauguração da primeira Feira Brasileira do Grafeno.

Em nota, Luís Roberto Barroso, afirmou que "qualquer atuação no sentido de impedir a ocorrência de eleições viola princípios constitucionais e configura crime de responsabilidade". A nota diz ainda que foi solicitado a Jair Bolsonaro que apresentasse provas, mas até o presente momento não houve resposta.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), também se pronunciou e afirmou nesta sexta-feira que as eleições são inegociáveis.