A vacina contra a Covid-19, que está sendo desenvolvida na Universidade de Oxford, no Reino Unido, será testada também no Brasil. Considerado um dos mais promissores, o imunizante já está na fase três de testes, em que 10 mil pessoas serão testadas para que se avalie a eficácia do produto. Das mais de 70 vacinas em desenvolvimento em todo o mundo, essa é a que se encontra em estágio mais avançado.
Em entrevista à CNN, Gustavo Cabral, pesquisador do INCOR e Lily Yin Weckx, pesquisadora e professora da Unifesp avaliaram os desdobramentos da busca pela cura da doença no mundo e o cenário do desenvolvimento da medicação no Brasil.
"A vacina [de Oxford] já passou por diversos testes e, atualmente, está na fase três, que se busca avaliar a eficácia da vacina e ver o quanto ela vai proteger a população contra a Covid-19. Para isso, inicialmente vamos recrutar 2 mil voluntários", explicou Weckx.
Em São Paulo, os testes serão conduzidos pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e contaram com a viabilização financeira da Fundação Lemann no custeio de toda a infraestrutura médica e de equipamentos necessários.
A Unifesp vai recrutar mil voluntários que estejam na linha de frente do combate à Covid-19, uma vez que estão mais expostos à contaminação. Eles precisam ser soronegativos, ou seja, pessoas que não tenham contraído a doença anteriormente.
Cabral avaliou a produção da vacina nacional contra o novo coronavírus, que está sendo desenvolvida pelo Incor e já testada em animais.
"Estamos fazendo diversas pesquisas e os princípios entre as vacinas são muito parecidos. Estamos fazendo aqui no Brasil, mas o cenário é um pouco diferente. Nos tornamos reféns de empresas de importação, por exemplo", concluiu.