Palco de 10 partidas oficiais do torneio internacional, o Estádio Olímpico recebeu melhorias na infraestrutura. “Tudo isso passa a ser utilizado pela comunidade esportiva de Goiás”, destacou secretário Rafael Rahif

França, Itália, Espanha e, claro, Brasil. Assistir aos futuros craques de algumas das principais seleções de futebol do mundo foi um privilégio que os goianos tiveram nas últimas semanas. No padrão Fifa, a Copa do Mundo Sub-17 atraiu milhares de torcedores que vibraram a cada lance e mostraram a paixão pelo esporte. Mais que isso, a competição internacional deixou em Goiânia um legado físico, cuja estrutura beneficiará o desenvolvimento dos atletas de Goiás. É uma porta que se abre para a descoberta de novos talentos. 

O campeão do Mundial Sub-17 foi o Brasil, que chegou ao tetracampeonato após vencer o México pelo placar de 2 a 1 no domingo, 17. Mas a verdade é que todos saíram ganhando, dentro e fora das quatro linhas. Palco de dez partidas oficiais, o estádio Olímpico, unidade da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), recebeu melhorias em suas instalações visando o torneio internacional.

Entre as intervenções, destaca-se a revisão e manutenção do sistema elétrico e dos geradores da praça esportiva. Os refletores passaram por limpeza, focalização e troca de 80 lâmpadas queimadas. Isso aumentou a capacidade de luminosidade do estádio de 800 LUX para 1000 LUX. Segundo o titular da Seel, Rafael Rahif, graças à passagem do Mundial da Fifa por Goiânia, o estádio Olímpico está enquadrado no padrão atual de iluminação estabelecido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Houve também um alto investimento no gramado, sobretudo com a revitalização e a modernização do sistema de irrigação. Também foram doados kits esportivos, com traves fixas, traves móveis, redes, bandeirinhas de escanteio, barreiras de faltas, cones e mini barreiras de salto, além de kit de estacas de agilidade e maca de massagem. “Tudo isso passa a ser utilizado pela comunidade esportiva de Goiás, não somente do futebol, mas de vários esportes. Neste ano, por exemplo, tivemos partidas de futebol americano e rugby no estádio Olímpico. É um legado para todo o esporte goiano”.

Inserção social
A parceria entre o Governo de Goiás e a Fifa também foi essencial para o desenvolvimento de ações sociais durante a competição. Foram disponibilizados ingressos para instituições filantrópicas, colégios estaduais, projetos de iniciação esportiva do Estado e da Prefeitura de Goiânia. Tudo isso com objetivo de oportunizar a pessoas de baixa renda a acompanharem um evento da magnitude da Copa do Mundo Sub-17. Ao todo, foram destinados aproximadamente 4,5 mil ingressos para a iniciativa.

Pacientes da Vila São Cottolengo – hospital filantrópico de Trindade especializado em reabilitação física, auditiva e intelectual – estiveram no último dia da competição em Goiânia. A delegação de 27 pessoas assistiu ao jogo entre França x Espanha, válido pelas quartas de final. Foi uma alegria só. Para o psicólogo da unidade de saúde, Thiago Vinícius, a experiência gerou expectativa grande e positiva nos pacientes.  “Eles assistem, torcem, participam bastante. O futebol faz parte da vida deles”, disse.

O grupo que foi ao jogo já pratica atividades futebolísticas dentro da instituição, através do setor de educação física. Por isso foi tão especial. “Fazemos campeonatos inclusivos com pacientes e funcionários”, relatou o psicólogo. Sobre o convite para participarem do Mundial Sub-17, ele avaliou como importante para a inserção social dos pacientes em uma atividade coletiva. “Eles ganham autoconfiança. Não é porque eles têm uma limitação física ou cognitiva que têm que se fechar para o mundo. Aqui eles participam de uma atividade social e lúdica, com o esporte”, comemorou Thiago Vinícius.

Público aprova
Essa foi a primeira vez que os goianos puderam acompanhar, em casa, jogos de Copa do Mundo. Goiânia foi uma das três cidades escolhidas para sediar o torneio internacional, abrigando 18 partidas, no estádio Olímpico e no estádio Hailé Pinheiro, entre os dias 26 de outubro e 11 de novembro. Estiveram em solo goiano delegações de 14 seleções (Brasil, Angola, Nigéria, Hungria, Equador, Austrália, França, Chile, Coreia do Sul, Haiti, Holanda, Estados Unidos, Espanha e Itália).

O torcedor Jovair Filho, que acompanhou seis jogos, gostou da experiência. “O futebol demonstrado pelos garotos da categoria sub-17 está similar ao desempenho dos profissionais, com a molecada jogando igual gente grande. O povo goiano gosta muito de futebol e teve a oportunidade de ver uma competição oficial, organizada pela Fifa”, disse. “Cada detalhe faz a gente entrar em um clima diferente do que está acostumado, desde a decoração do estádio aos protocolos das entradas dos times no gramado.”

O envolvimento dos goianos com o evento foi grande, principalmente nos dias em que o Brasil entrou em campo. O maior público registrado em Goiânia foi no confronto entre Brasil x Angola, ainda na 1ª fase, totalizando 9.813 pessoas. Para o torcedor Pedro Pereira, o que despertou a vontade de ir aos jogos foi a movimentação nos arredores do estádio, além dos preços atrativos dos ingressos. “Faço sempre esse caminho voltando da faculdade para casa, passando na frente do Olímpico, e o movimento me chamou a atenção. A estrutura montada, a decoração do estádio, ficou tudo muito bonito”, comemorou.

O secretário Rafael Rahif fez uma avaliação positiva do evento em Goiás. “O acolhimento é uma característica do povo goiano, as delegações que por aqui passaram puderam sentir esse calor humano. Os jogos aconteceram sem intercorrências e ainda tivemos a felicidade de receber a seleção brasileira em duas grandes partidas no estádio Olímpico, que reuniram praticamente 20 mil pessoas”. E ressaltou: “Goiás provou que está preparado para receber grandes eventos esportivos e vamos continuar trabalhando para trazer as melhores competições para nosso Estado”.