Mulheres da mesma família presas nesta quarta-feira (11) suspeitas de tráfico de drogas em Jataí; , Filomena Maria da Silva, de 77 anos, é avó da suposta líder da organização criminosa, Vivian Garcia da Silva, de 37, e bisavó da outra detida, Bruna Letícia Brasil Silva, de 19 (Foto: Polícia Civil/Divulgação) Três mulheres de uma mesma família foram presas, na manhã desta quarta-feira (11), suspeitas de vender porções de crack nos arredores da delegacia de Jataí, na região sudoeste de Goiás. A mais velha delas, Filomena Maria da Silva, de 77 anos, é avó da suposta líder da organização criminosa, Vivian Garcia da Silva, de 37, e bisavó da outra detida, Bruna Letícia Brasil Silva, de 19. Elas moravam na mesma casa e faziam as entregas a motoristas que estacionassem na porta, como em um “drive thru”. As informações são do G1.

De acordo com o delegado Adelson Candeo, vídeos comprovam o envolvimento de todas com o esquema, mas apenas Vivian – que já passou seis meses cumprindo pena por tráfico de drogas em 2010 – confirmou o crime. As imagens não foram divulgadas.

“Fiz só uma entrevista informal. A Vivian confirma que realmente entrega droga. As outras duas, a mãe dela e a filha, negam veementemente. Mas a Vivian não tem como negar. Diz que se arrepende, mas faz porque precisa. É a fala padrão de quem é preso por tráfico.”

O G1 tentou contato por telefone às 13h10 com o escritório de advocacia responsável por defendê-las, mas as ligações não foram atendidas.

As investigações começaram em janeiro, e a operação foi batizada de “Família 33”. Clientes foram abordados logo após a compra e ajudaram a polícia a entender como funcionava o esquema. Segundo o delegado, Vivian usava um aplicativo de mensagens para fazer cobranças, anunciar a chegada de “produtos de melhor qualidade” e combinar vendas.

 “A Bruna e a Filomena não têm antecedentes criminais. A Filomena é aposentada, e a Bruna, recepcionista de uma loja de roupas. Pelo que apuramos, elas faziam as entregas a pedido da Vivian, quando a Vivian não podia”, explica.

A Polícia Civil disse que a família lucrava cerca de R$ 10 mil por mês com a venda das porções. O filho mais velho de Vivian, de 23 anos, também é investigado como suspeito de participação no esquema.

 “Acredito que ela [Vivian] nunca deixou de vender drogas. Quando cheguei aqui [à cidade, em dezembro de 2017], disseram que ela vendeu droga a vida inteira e só foi presa em 2010."

"É uma situação que revolta, ela faz uma entrega constante, perto da delegacia e em frente a todo mundo. Isso incomoda tanto a população quanto a polícia.”

As outras duas detidas não têm antecedentes criminais. O trio vai ser autuado por tráfico de drogas, associação para o tráfico e corrupção de menores – porque as entregas aconteciam na presença dos dois filhos menores de idade de Vivian, de 14 e 4 anos. Se condenadas, elas podem ficar até 24 anos presas.

O delegado informou que a criança e o adolescente vão ficar com a avó materna, mãe de Vivian. As investigações apontaram que ela não se envolvia com o tráfico, declarou.

Apreensões e crimes relacionados
Adelson disse que os agentes não conseguiram encontrar drogas na casa, mas localizaram R$ 1,5 mil. “Eram notas espalhadas. Era R$ 50 em um lugar, R$ 200 em uma bolsa que nem era usada e assim vai.”

Segundo ele, outras pessoas que têm ligação com as presas já foram encarceradas anteriormente. Um sobrinho de Vivian foi preso suspeito de assaltar uma pessoa perto da casa dele e teria cometido o crime para conseguir dinheiro para comprar drogas dela, disse o delegado.