Um recém-nascido foi encontrado morto dentro de uma casa, em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital. Segundo a Polícia Civil, a mãe, uma mulher de 32 anos que sofre de esquizofrenia, deu à luz na residência onde mora sozinha. Porém, os familiares dela só souberam do parto e também da morte dois dias depois, quando ela foi levada ao médico. As informações são do G1.
De acordo com a delegada Ilda Helbingen, do 4º Distrito Policial, que registrou o caso, a mulher estava no 8º mês de gestação. Há cerca de duas semanas, ela reclamou de dores na região pélvica e foi encaminhada em uma unidade de saúde, mas não conseguiu atendimento.
Na terça-feira (13), como as reclamações de dor não cessaram, a mulher foi levada pela mãe e a tia, que moravam próximo dela, até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Buriti Sereno. No local, o médico que a examinou constatou que ela já havia tido o parto no domingo (11), conforme revelado pela própria.
"A família então retornou para casa e encontrou o bebê enrolado em alguns panos no chão da residência. Aí então a polícia foi acionada para verificar a questão", disse Ilda ao G1.
Em seguida, a mãe e o bebê foram encaminhados para a Maternidade Marlene Teixeira. Lá, segundo a delegada, a mulher recebeu encaminhamento para um hospital psiquiátrico. Já o corpo da criança foi levado ao Instituto Médico Legal (IML).
Investigação
Ilda explicou que o recém-nascido não apresentava nenhuma lesão aparente, o que afasta, inicialmente, a possibilidade de algum tipo de violência por parte da mãe. A investigação se desdobra no sentido de descobrir se ele nasceu já sem vida ou morreu por falta de alimentos.
Parentes apresentaram laudos que comprovam a doença. A mulher prestou depoimento e, conforme a delegada, apresentou sinais deque é completamente debilitada das faculdades mentais.
"Eu a considero absolutamente inimputável [que não pode responder pelos seus atos]. Já tem duas outras filhas criadas por parentes. Ela é mais uma vítima do que autora de crime nesse caso", avalia.
Familiares dela também prestaram depoimento. Questionados sobre não saber do parto, eles alegaram que a mulher é muito magra e acreditavam que a gravidez era de menos tempo.
O caso será investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia.
Esquizofrenia
O transtorno tem progressão evolutiva, com causas multifatoriais. Os principais sintomas são: atitudes "esquisitas", alheação social e familiar, isolamento, rendimento escolar e laboral prejudicado, ideias bizarras, conduta estranha e não justificada, ideia de perseguição e delírios religiosos, sendo o ápice um surto.
De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (APA), o paciente não é necessariamente perigoso ou agressivo, desde que esteja em tratamento estabelecido pelos profissionais.
O tratamento com um psiquiatra e com a medicação adequada dá grandes chances que os pacientes com transtornos mentais apresentem uma vida normal e os surtos e recaídas, sejam exceções e não regra.