A gravidez traz não apenas transformações físicas e emocionais, mas também uma série de dúvidas sobre direitos legais, trabalho, alimentação e saúde da mãe e do bebê. Um levantamento recente encomendado pela Pfizer ao Instituto de Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), por exemplo, mostrou que aproximadamente 40% das gestantes desconheciam a existência de um calendário de vacinação específico para mulheres grávidas.
Além disso, seis em cada dez acreditavam que os imunizantes beneficiam apenas a mãe, sem considerar a proteção que também é transmitida ao bebê. Essas informações reforçam a importância de orientação profissional, acesso a direitos legais e cuidados médicos adequados, garantindo que a gestação seja segura e saudável tanto para a mãe quanto para o bebê.
De acordo com Laurence Pereira, diretor jurídico do AmorSaúde, rede de clínicas parceiras do Cartão de TODOS, a gestante pode receber pensão alimentícia, mas esse valor não deve ser confundido com benefícios previdenciários. O advogado lembra ainda que a legislação prevê os alimentos gravídicos, regulamentados pela Lei nº 11.804/2008.
“São os valores pagos pelo pai do nascituro, que devem ser suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive os referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico”, explica.
No ambiente profissional, a lei também assegura proteção. A gestante tem direito à estabilidade provisória, que vai da confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Nesse período, não pode ser demitida sem justa causa. Além disso, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garante:
“A proteção à maternidade busca proteger a mãe e o nascituro, independentemente do estado civil da gestante”, reforça Laurence Pereira.
Se no campo jurídico a proteção é clara, na saúde os cuidados precisam começar cedo. André Pellegrin, médico da área de ginecologia e obstetrícia do AmorSaúde, reforça que o pré-natal deve ser iniciado assim que a mulher descobre a gravidez, pois é nesse acompanhamento que são detectadas condições que podem comprometer tanto a gestante quanto o bebê.
“O pré-natal não é apenas um protocolo, mas um instrumento fundamental de prevenção. É nele que conseguimos identificar fatores de risco, orientar sobre alimentação adequada, acompanhar o ganho de peso e intervir rapidamente caso surjam complicações. Quanto mais cedo a gestante inicia esse processo, maiores são as chances de uma gestação saudável”, explica André Pellegrin.
Entre os exames essenciais listados pelo médico, estão hemograma, glicemia, tipagem sanguínea, testes para HIV, rubéola, toxoplasmose, hepatite B e C, além da ultrassonografia obstétrica. O calendário também exige regularidade: consultas mensais até a 32ª semana, quinzenais até a 36ª e semanais a partir daí.
Durante a gravidez, algumas vacinas são recomendadas para proteger a mãe e o bebê. Entre elas, estão:
Além disso, vacinas de rotina já previstas no calendário nacional podem ser avaliadas pelo profissional de saúde, garantindo proteção contra doenças graves e transmissão de anticorpos para o bebê. “Seguir o calendário vacinal é um cuidado essencial e seguro, capaz de prevenir complicações tanto para a gestante quanto para o recém-nascido”, afirma André Pellegrin.
André Pellegrin reforça ainda que cada detalhe da rotina pode influenciar no bem-estar da gestante. Até mesmo a posição ao dormir merece atenção. “A recomendação é que a grávida dê preferência ao decúbito lateral esquerdo. Ao se deitar de barriga para cima ou para o lado direito, existe o risco de compressão da veia cava inferior, o que pode reduzir o retorno venoso e provocar mal-estar. Esse cuidado simples ajuda a garantir maior conforto e segurança durante o sono”, detalha.
A gestação é um período em que muitas dúvidas podem surgir e circulam muitas informações contraditórias, algumas têm respaldo científico, outras não passam de crenças populares. O médico André Pellegrin esclarece o que é mito, o que é verdade e por quê. Confira!
Verdade. Uma dieta balanceada garante os nutrientes necessários ao desenvolvimento fetal. “A alimentação da gestante deve ser saudável, rica em proteínas, vitaminas e minerais. Deficiências nutricionais nesse período podem impactar diretamente no crescimento do bebê e até aumentar o risco de complicações durante a gestação”, explica o ginecologista e obstetra.
Verdade. O exercício regular ajuda a controlar o ganho de peso, melhora a circulação e contribui para o bem-estar emocional. “Atividades sem impacto, como hidroginástica, natação ou musculação leve, são seguras e altamente recomendadas. O importante é ter acompanhamento profissional e respeitar os limites do corpo”, orienta André Pellegrin.
Verdade. O excesso de peso pode trazer riscos como diabetes gestacional, hipertensão e parto prematuro. “O ideal é que a gestante ganhe até 11 quilos em toda a gravidez. Esse controle evita sobrecarga para a mãe e reduz complicações para o bebê”, destaca o especialista.
Verdade. Segundo o profissional, a automedicação é uma prática ainda mais perigosa nesse período. “Alguns medicamentos têm efeito teratogênico, ou seja, interferem na formação do feto. Isso vale para determinados antibióticos e outras substâncias. Por isso, qualquer tratamento deve ser prescrito pelo médico, que saberá indicar alternativas seguras”, ressalta.
Mito. André Pellegrin alerta que a ideia de dobrar a quantidade de comida não tem fundamento científico. “O que a gestante precisa é de qualidade nutricional, não de quantidade em excesso. Comer por dois favorece o ganho de peso exagerado, que pode prejudicar a saúde materna e fetal”, explica.
Mito. Gestantes podem pintar o cabelo. O aconselhamento médico é para que esperem até o segundo trimestre da gravidez e optem por tinturas sem amônia, metais pesados e outros produtos químicos potencialmente prejudiciais.
Mito. O sexo só pode ser confirmado por exames de imagem ou laboratoriais. “A forma da barriga depende de fatores anatômicos da mãe, como a tonicidade da musculatura abdominal, e não tem relação com o sexo do bebê”, esclarece André Pellegrin.
Mito. O sintoma é comum, mas não universal. “O enjoo depende da resposta hormonal de cada organismo. Algumas mulheres não apresentam sintomas, enquanto outras podem desenvolver quadros graves, como a hiperêmese gravídica, que exige tratamento específico”, explica o ginecologista e obstetra.
Mito. Apesar de dúvidas ainda circularem, não há qualquer evidência científica de que os imunizantes provoquem autismo ou alterações genéticas no feto. “As vacinas recomendadas durante a gestação são seguras e essenciais tanto para proteger a mãe quanto o bebê contra doenças graves”, explica o especialista.
Verdade. O calendário de imunização na gravidez garante que o bebê receba anticorpos mesmo antes do nascimento. “Quando a gestante se imuniza corretamente, ela transfere proteção ao bebê, prevenindo doenças que podem ser graves nos primeiros meses de vida. A orientação médica é fundamental para que todas as vacinas recomendadas sejam aplicadas”, conclui André Pellegrin.
Por Nayara Campos
Fonte: Portal EdiCase
O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central (BC) destacou nesta quarta-feira, 27, que,…
O dólar está rodando perto da estabilidade na manhã desta quarta-feira, 27, com viés de…
O texto enviado anteriormente saiu com um erro de edição no título. Segue a repetição…
Apesar do interesse do Tottenham, Savinho permanecerá no Manchester City nesta temporada. Desde o início…
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 27, que o Projeto de Lei…
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que o impacto do tarifaço aplicado pelos Estados…
This website uses cookies.